Eu vou dançar o coco
Pra canoa
não virar
Segura o estandarte
Na praia a
cirandar
O boi... O
boi...
Na ladeira
a rodar
Movimenta
o afoxé
Para pular
e então voar
Para a
cobra não pegar.
Eu vou
descer ladeiras
Mosteiros
e moinhos
Mercado de
escravos
Onde foi
que doeu mais
Nos antigos
carnavais
Onde ia
dançar o coco
Tirar
verso de improviso
Pra todo
mundo sambar.
Eu vou aí pegar
a água
Não há no
peito Iaras
Só para
cantar-dançar
Quem experimenta
o coco
Não sabe o
sufoco
Para subir
e pegar lá.
Na batida
de ganzá e agogô
Uma moda,
uma modinha
Para a
gente namorar quieto
E tome
coco pra canoa não virar
Amanhecendo
até o dia acabar
Com o
peito e o coração aberto.
(Cristiano Jerônimo – 25082022)