sábado, 27 de abril de 2019

O lado punk da calma



Partilho poderes orientais
Sigo na trilha, em matagais;
O mágico que erra
Em pleno o espetáculo
Não ressurge nunca mais.

O homem que é mal
Manda mas não tem paz
Usa de tirania capataz
Mata e morre por dinheiro.

Quem tira carteira de médico
Não escolhe o tamanho da urgência
Da rajada violenta da excrecência.

Nesta mesma cadência, ignoro pois sei
Com um bom uso da minha inteligência
As motocicletas do globo não podem cair
As notícias do dia não mais acompanharei
Os tempos e os ares que me levam a partir
Viver e conhecer o sabor de outros lugares.

Sou índio e caboclo nesta capital ovóide
Sou holandês, português, filho do campo,
Tenho sangue nobre lá pro lado de Aruanda
O tesouro mais querido em que se pode
Acreditar está naquilo em que amamos.
Pele é coração que pulsa!


* Sou filho e neto de agricultor; sou camponês. Amo motocicletas.



(Cristiano Jerônimo – 27042019)

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Obra prima



Vem me cutucando
Para ver se estou vivo
Eu estava apaixonado
Na verdade era um vício.

Na verdade os mil réis
Destruíram e levantaram amores;
Parecido com o incondicional
Coisa nenhuma mexeu com a gente.

Parecia uma grande enchente
E uma brisa mansa de luz e de sol
Do amanhecer do dia
Até a chegada do laranja arrebol.

Você chora e se lastima
Você e ri e a paz se aproxima
Este plano é assim turbulento
Salve Deus! A sua obra-prima.



(Cristiano Jerônimo – 25042019)

quarta-feira, 24 de abril de 2019

Planos pilotos dos cais abandonados


Eu ando tão metido a contente
Ruminando esta cidade cool,
Que até me sinto mais gente
Como a abóbora linda e azul.

Eu ando nadando demais
Neste mar tão clandestino
Como nunca saísse do cais
Nem chegasse ao seu destino.

Tem boate cult para Nepturno
A escalada do rapel de costas
Corrida de dia e dia noturno
Suam as botas e as boates.

Capas pretas que floriam BSB
Capas pretas que roubam BSB
Capas pretas “enfeitam” BSB
Planos pilotos explodem BSB.

Concreto rachado, plebe rude
Vontade de voar no parlamentar
Tomar firme uma outra atitude
Me ocupar muito mais em lutar.



(CJV)

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Fazer o quê? (ser feliz pode ser)



Um ermitão
Chama atenção
E na sociedade
Nada, como rio.

Nos “sindicatos”
Nas marquises
Existe gente
Indigente
Morrendo de frio.

Nosso retrato
Pior a cada dia
Cria mais alegria
Sem rumo exato
Para maquiar o ar.

Nas coberturas
Dos empresariais
Deus também flutua
Alguns não veem.

A cidade morre mais
Um pouco, a nadar
Nada que possa dar
Nem trazer a tua paz.

Um famoso astro
Levou-a na turnê
Hoje mora com a mãe
E seu segundo bebê
Fazer o quê?
Ser feliz
Pode ser.


(Cristiano Jerônimo – 22042019)


Deixe a porta aberta



A cada baque de prego segurando a rodia
‘Quem dá luz para o cego é Santa Luzia’
Mais nada a fazer a não ser manter a paz
Especial como a certeza de ser imortal.

Agora as coisas voam e juntas se quebram
É a hora em que tudo se junta e se esvai...
Depois do caos, das partículas que aceleram
Num momento, numa esquina que se vai...

Procurando o que não acalma e que não quer
Topa com o baque-virado do sexo daquela mulher
Afoxé! E o mundo se transforma num belo cais
Antagônico das matas de jurema-preta do sertão.

Vamos compartilhar ao máximo o que pudermos
Conhecimento não foi feito pra ficar assim parado
Nem a voz empírica da sabedoria encantada e popular;
Não esqueça: deixe sempre a porta aberta pra voltar.



(Cristiano Jerônimo – 22042016)

domingo, 21 de abril de 2019

De reencarnação e Páscoa



Dentro dos nossos pensamentos, palavras e ações (principalmente), é importante mostrarmos o que somos e o que temos de verdadeiro para dar.

Precisamos de indulgência. Nem sempre estamos alinhados, é verdade. Às vezes, tortos, sem saber o porquê.

Tentemos amar e ajudar ao próximo da forma e com o melhor conteúdo que nós tivermos.

Sejamos uma mola propulsora para disseminar o bem. Este é o único caminho de verdade, o amor. Amar é um desafio que perdura por séculos, sem fácil resolutividade. E, dentro das nossas imperfeições, difíceis até de admiti-las, escolhamos sempre a opção mais próxima da caridade com o nosso semelhante e dando graças a Deus.

Vamos conversar

Pela primeira vez, Vamos conversar Nossos diálogos Sem monólogos Ouvir a alma da voz Se precisar explicar Que fiquei sem saber...