segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Aquela tribo que já foi

Quando o frevo tá 'frevendo', a galera bota pra torar


Ele não vaga, ele anda

Cerne, cisne, no samba

De quem ao luar tem bamba

De quem sambou nas galáxias

E não ficou no mesmo lugar.

 

Só o amor o acorrenta!

Desde os anos oitenta

Ele sai para farrear...

Envolvido noutra roda de samba

Na avenida magistral dos enredos

Onde vão-se os anéis e ficam os dedos.

 

Cai do alto no afoxé, no batuque

Paisagem percussiva desta emoção

Se aquela alegria irradiante

Te incomoda, me desculpe

Sai da frente e segue adiante

Coração acelerado nas ladeiras

Pelo céu e pelo asfalto, vem do alto

O maracatu prateado e a rosa,

Bebendo aguardente com pólvora.

 

Vai descendo da Mata ao litoral

Vai tocando chocalhos nas costas

Está indo mesmo por que gosta

Da magia que clareia o carnaval

Na porta das igrejas inúmeras

Nas ladeiras de Olinda até a quinta

Quarta de Cinzas não tem fim

Carnaval é todo dia e tem índios

Os caboclinhos, sete flechas do planeta

Vem o Alto Zé do Pinho, Pacoal,

Santana, e aquela tribo que já foi.

 

 

 (Cristiano Jerônimo – 30012023)


Carnaval de Olinda: Vista da Ladeira Misericórdia, Quatro Cantos, Ribeira e Rua de São Bento

 

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...