quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Déjà vu de ego e palavras

 


O trator levou nossos sonhos

escavadeiras, rolo compressor...

 

Querem chamar palafitas

e barracos de comunidades.

 

A opressão não é só do opressor

 

Já a psicologia não alimenta

 

A esmola não leva a nada

pois o futuro é hoje.

 

Não é mais amanhã

tem muita gente no divã.

 

A polícia demoliu barracos

removeu todas as palafitas

maquiaram a frente. E atrás?

 

O outro lado da casa de taipa

sobre o Capibaribe, o cúmulo.

 

A prefeitura proibiu mendigos

de viverem debaixo das pontes.

 

Os “trombadinhas”, crianças

com problemas de moradia.

 

Eles vivem nas ruas sob a cola

e pequenos furtos para sobreviver.

 

2020, um déjà vu de rodas gigantes

Quimeras dos parques de diversão.

 

A brincadeira mais amena, a fome,

por eras, as crianças não se divertem.

 

Desidratadas pelos parcos poderes,

pela crueldade contida nos homens.


A banalização da miséria e moradia

um não trabalho desafia todo dia...

 

Boas vibrações para os desvalidos

pressão na tirania cruel ilegítima;

Uma séria questão e nada de novo.

 

 

 (Cristiano Jerônimo – 06102021 – Taubaté)

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...