sábado, 5 de agosto de 2017

O pássaro do passado


Quem sabe você
Era feliz e nem sabia.
Que salva outro dia!
Com a tua afoiteza
E medos de pânico.

Não querias lembrar
Quando foi no passado
Que deixastes escapar.
Passa o dia sonhando
Na agonia da vã alegria,
Nos braços de Morfeu.

As plantas vivem presas
Nas caqueiras imóveis;
Enquanto os pássaros
Trabalham sempre voando.

Talvez você seja feliz
E nem mesmo saiba
Porque não admite
Não deixa que lhe caiba
Criar asas..................... 



(Cristiano Jerônimo – 05.08.2017)

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Compelida


(Dedicado a amiga Cinthya Quaresma Medeiros )
Quando lhe der
Esse vazio na alma
Peça um pouco de calma
E se prepare para o que vier.

E nas alegrias
Teus sorrisos abrirão
Para um sol de verão;
Tuas nobres energias.

Nos pensamentos,
Compelida a lutar,
Sem saber do ódio
E do olhar fulminante
Do Conde que te beija.

Quando lhe der
Esse vazio na alma,
Não fique tão aflita.
Se calar, você grita
Para o que for e vier.

Nos desmantelos da vida,
Com suas alegrias e risos,
Propalados com raios de luz,
Uma força sempre nos conduz.
Mesmo que embuste não soe bem.

Também não dê crença a ninguém;
Agora você está se fortalecendo...
Fé em quê? Fé na vida e nas possibilidades.
A vida é física e quântica sem estática;
Nada vai parar o tempo nem o espaço,
Nem vamos morrer assim nesse compasso.



(Cristiano Jerônimo – 03.08.2017) 

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Várias Renatas


Renata psicopata
Com olhar de santa
E o seu jeito de gata.
Quando não arranha,
Dá uma dentada...
E, se não aleija, mata.

Renata Borboleta
Saiu do seu casulo
Voou e deu um pulo
Pelo céu deste planeta
Vertebrou os seus gametas
E deu ao sêmem uma luz.

Renata, a lagarta
Não rasteja, sofre.
E o pior é ser tão boa.
Querer ter a consciência
Limpa e sonhar normal.
Mas Renata não enxerga bem
Que em si também traz o mal.

Renata, moça doce e honesta,
Faz sempre o que não presta.
Está até escrito em sua testa,
Fiz merda mesmo sem querer.

Problema é que Renata
Acha tudo isso normal...
E sempre quer razão,
Embora dê sempre a mão
E permita que entre o mal.
Renata é uma pessoa normal




(Cristiano Jerônimo – 31.07.2017)

domingo, 30 de julho de 2017

Caldeirão Mitológico 1

A metamorfose de Narciso. Salvador Dalí, 1937.
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Quando Íris brotou do pensamento
Animou o instinto Cupido do Deus Eros.
Na somada exata de todos os zeros
Que compõem a certeza do infinito,
Faetonte morreu pelos seus gritos.
A insolência de Midas com o Deus Baco,
E a sua ganância que não tinha nem retrato;
Tudo o que tocava, imediatamente ouro virava
Mas não tinha o tesouro. Não pegava num pão
Que não virasse o metal precioso da sua maldição.

A bela e jovem ninfa, Eco, sempre falava demais.
Diana, deusa da caça e da lua, era a sua protetora.
Hera, esposa de Zeus, flagrou Eco como sua traidora.
E, descoberta, foi condenada a apenas responder...
Eis que Narciso entra na vida da Eco como um lindo;
Um homem tão belo que exalava a beleza de um índio.
Mas não podia conquistá-lo sem poder dar uma palavra.
Somente a última em casos de, por alguém, ser indagada.
Narciso a viu e fugiu. Ela virou pedra na solidão da caverna,
Mas amaldiçoou o jovem para nunca amar e nem ser amado,
Condenado a se admirar com algo que está lá do outro lado.




(Cristiano Jerônimo – 30.07.2017)

No Brasil

  A palavra que nos deram foi silenciosa O vento soprou na saia do pensamento A lua da noite e do dia surgiu e encantou A engrenagem...