segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Já não posso mais falar


As estradas do Sertão

Conhecem meus sapatos

Minha forma de vestir

Meu jeito tolo de andar;

A areia do riacho seco

Não areia mais panelas

O bacurau e a sentinela

A noite tão clara e o negro;

As veredas guias do gado

São lógicas de hipotenusas

Bichos andam em atalhos

Aqueles mesmos que usas;

Não há pedras de medusas

Muito menos assombração

O vira e mexe, acorda hora

Tempo vem antes da aurora;

Aquela velha saudade passou

Um outro sentimento chegou

Tudo passa se é fruto de paixão

Olhe a beleza do nosso dinheiro

Comparado ao belo singelo do mar

Disso, eu já não preciso mais falar.

 

 (Cristiano Jerônimo – 181124)

MCMLXIV - ANISTIA NUNCA MAIS

A aridez das esquinas do povo Esse olhar velho que é novo Ninguém consegue explicar A doçura no rosto dos loucos Com essa insensat...