sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Minha Caixa Postal

Bailado de chamada de passarinho macho para o acasalamento com a fêmea

Me tenha pelo menos como palhaço
Um bobo da corte que se solta no ar
Bailarino mágico donde flui a leveza
Para levar ao coração de Vossa Alteza

Tangará! Todo pássaro tem o seu cantar
Tangará! E todos eles gostam de voar
Todo pássaro tem seu canto
E gosta de flutuar

Pode me ter como comando da guarda
O fiel, o cruel, o que exerce o pior papel
Ou como teu bem, teu anjo até a manhã
Até nos entregarmos entre os abraços

Minha Caixa Postal está no mesmo lugar
Faz seis anos que você desapareceu
Faz três anos que não te vejo
(Mas não queria o seu beijo
Outra vez).

Tangará! O lar do passarinho
Tangará! Não é o ninho, é o ar
Todo pássaro tem seu voo
E também gosta de planar...




(Cristiano Jerônimo – 220219)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Arco-Íris sem fim



Eu não posso vencer a ninguém
A não ser a mim mesmo.
E seguir o meu caminho
Sem caminhar a esmo
Até chegar ao princípio.
Sei que é sempre assim
Pois o arco-íris é o início;
É infinito e não tem fim...





(Cristiano Jerônimo)

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Gira e mói



Eles nem se conhecem
ao menos sabem ao certo
que nada foi descoberto
sei que é isso que acontece
quando as pessoas crescem
e não conseguem caminho,
rumo, timo necessário à vida.

Na estrada mais comprida
incerteza de que vai mudar
e no atalho que não vai dar
aposta a sua alma e a vida
na terapia de saber viver
sair do casulo que é eterno
saber lidar com o moderno
e, com a vida, se organizar.


Parado no tempo sem dó
queixando-se que anda só
os vazios são preenchidos
os alados são no céu vistos
os que não voam padecem
e a insegurança vai e cresce
Abrindo asas em todos os vazios
Embora eles não sejam preenchíveis...
nunca o vazio vai fechar, nem o riso.
o parecer do melhor especialista,
para cada buraco que taparmos
dois outros aparecerão no lugar.

Bicicleta é uma engrenagem fria
que esquenta quando gira e mói
a saudade traiçoeira sempre dói
temos que ser intensos a cada dia
da inércia vivem os objetos parados
águas empoçadas que podiam correr
água em poça que cria lodo esverdeado
diferente da água corrente e do riacho.
Ele nem se conhece
sequer sabem ao certo
de que nada fora descoberto
isso é coisa que acontece
quando as pessoas crescem
e não conseguem caminho,
rumo, timo necessário à vida.
ser feliz não é ficar alheio
queijo suíço tem buraco até cheio.
se não plantar, não há colheita
se não se impuser, ninguém respeita.
(estes são tempos de trabalho
de base e organizações sociais
embora estejamos tão parados
e o povo se cansado de lutar, não.
mal do comandante militar.
Mas a cultura é uma arma
de revolução em massa
quente!
Que dá medo e ameaça
a todos eles, poderosos,
os ‘donos’ do nosso PIB).

Sentar num banco de praça
Sem sentir nenhuma ameaça
Que o melhor vem e atrai o bem
Sem ver a quem e a indulgência.


Cristiano Jerônimo Recife PE

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Terra fecunda


Onde tem gente tem soluções
Para aprender com as solidões
Dos espaços vazios deixados
No meio do tempo no calo
Sapato apertado e solado gasto
Onde tem gente, há soluções
(A rima dos vaqueiros na boiada
Marrãs tangidas nas serras nuas)
A vergonha é fato que não existe
Respeitar as tribos, buscar juntas
O que é nosso de fato e de direito

Tão feliz por construir a casa
E depois reforma urbana
E também reforma agrária
Numa produção tão extraordinária
Que nossos sonhos precisam do chão
Para sustentação das raízes profundas
Cultivadas há anos em terras fecundas
Da imaginação, dos sonhos, de toda fé
Para cumprir o seu papel neste mundo
Com sua santa e viva feição de natureza
Alimentam pequenos riachos cristalinos
Que vão se embora mesmo com represas
Num mar de ilusões, compomos realidade
Tal a pauta do dia, que muda ao meio dia
E tudo havendo ao mesmo tempo na cidade
Ruas desertas e escuras da noite da Boa Vista
Levam ao paraíso, ao caos, e cada um que seja
Hoje eu tomo apenas três cervejas e ‘você veja’
Meu verso não tem nenhum sinal de conduções.
Apenas isso.



(Cristiano Jerônimo – 18022019)

domingo, 17 de fevereiro de 2019

Fenda abissal do nada



A lua que eu vejo
Por trás de tantas folhas
Deitado nesta rede
Pensando nas escolhas
E no filho mais novo
Que requer mais atenção
Saber da malícia do povo
Mas ter um bom coração.

A chuva mostra que cada pingo
Já foi e veio ao solo tantas vezes
As pontes de hidrogênio e do ar
Corredeira que tudo leva e recicla
Vagalumes que se juntam em led
E o céu abrindo como uma placa
Que, por mais tectônica que fosse,
Havia de nos poupar de um lado
Afastado da fenda abissal do nada.

Rodamos vários anos nesta estrada
Os insetos luminosos do caminho
O passarinho que não queria ninho.

O sol que derretia sorvetes
No vento de tantas folhas
Deitado na rede de palha
Com alternativas boas
Pensando no filho mais novo
Que requer mais atenção
Saber das delícias do povo
Planejar aprendizado
E executar educação.






(Cristiano Jerônimo – f1729)

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...