domingo, 17 de fevereiro de 2019

Fenda abissal do nada



A lua que eu vejo
Por trás de tantas folhas
Deitado nesta rede
Pensando nas escolhas
E no filho mais novo
Que requer mais atenção
Saber da malícia do povo
Mas ter um bom coração.

A chuva mostra que cada pingo
Já foi e veio ao solo tantas vezes
As pontes de hidrogênio e do ar
Corredeira que tudo leva e recicla
Vagalumes que se juntam em led
E o céu abrindo como uma placa
Que, por mais tectônica que fosse,
Havia de nos poupar de um lado
Afastado da fenda abissal do nada.

Rodamos vários anos nesta estrada
Os insetos luminosos do caminho
O passarinho que não queria ninho.

O sol que derretia sorvetes
No vento de tantas folhas
Deitado na rede de palha
Com alternativas boas
Pensando no filho mais novo
Que requer mais atenção
Saber das delícias do povo
Planejar aprendizado
E executar educação.






(Cristiano Jerônimo – f1729)

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