sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Vidas descobridoras


Corações acesos fumaçam

Com sede de uma água fria

O fogo dos desejos, brasas,

E a falta de amor é agonia.

 

Mornas emoções volúveis

Paixões tão avassaladoras

São extremamente úteis

São vidas descobridoras.

 

Não há linearidade certa

Universo circunferencial

Não há vazio preenchível

Mas muitas descobertas.

 

Medo do amor é não tê-lo

Assim mergulhem no nada

Modifiquem seus cabelos

O mundo de boca calada.

 

Corações abertos e fechados

Opções de viver a autonomia

Manual de humano apagado

Nem mesmo a força da magia.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 03122021)

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Frequência da terra



Não é segredo que o medo

Possibilita um auto-boicote

Quando nós duvidamos

do primeiro passo do dia

Quando vida vira partida

E, finalmente, nós vamos.

 

Não é segredo que a fé cura

Na vida, a parte mais segura

É o plano de saúde e a vida

Trata de quase toda a ferida

Rasgando o bolso ferozmente

Deixando de fora tanta gente

Têm meninos para aumentar

O valor do bolsa-família...

Não interessa o seu nome.

 

Nos leitos de UTI, orar não basta

O bebê que sai de uma menina casta

Entre os animais, os pais se perdem

Para humanos, a concepção assistida

Não importa como; tudo é uma vida

A abundância universal das galáxias

Foi feita para extrapolar o minuto

Com a mesma frequência da terra.

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 02122021 – Taubaté – MDH)

 

terça-feira, 30 de novembro de 2021

O amor das praças



Só o amor não basta

Só o amor não cura

Só o amor não trata

Só o amor que apura.

 

Só o amor tem asas

Só o amor das casas

Só o amor faz brasas

Só o amor das praças.

 

Crianças andam descalças

Se vestem com retalhos

Se veem na pura desgraça

De também ser capitalista.

 

Bem pior que um cataclismo

É a cara do Brasil do cinismo

Muito pior que a piada pronta,

a história que o país nos conta.

 

Só o amor não basta

Só o amor, não cura

Só o amor, não trata

Só o amor se apura.

 

Só o amor tem asas

Só o amor das casas

Só o amor faz brasas

Só o amor das praças.

 

 

(Cristiano Jerônimo - 30112021)

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Choque de carnavais

 


                                                                 

Relógios parados também andam

Os tempos incertos dos que amam

O inexorável tempo de desamarrar

De subir para ver coisas lá de cima

Mais andares e alimentos, dinheiro

Falso alívio da libertação das coisas

Do rico que era pobre e permaneceu

Também do negro que vivia branco

Do opressor que fora tão oprimido

Da culpa e cumplicidades permitidas

O intrigante complexo de colonizados

O globo com um povo tão generalizado

Igrejas sórdidas vilipendiam dinheiro

Ao iludir os pobres, os ricos e burgueses

Alastram-se nas esquinas do retrocesso

Há de se precisar, em todo o processo,

Neste choque, conversam noutro lugar

Um terceiro espaço-tempo tal o híbrido

Procurando o seu melhor em si amigo

Escrevendo no chat da tela da terapia

Explorando uma sensação que é vazia

Pelo relógio, cada segundo conta um dia

Os robôs e as máquinas cantam e dançam

Não há pecados em cima nem em baixo

Apenas o som grave da nossa monotonia

E os festejos anuais que trazem a alegria.

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 29112021 – Taubaté/SP)

 

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...