domingo, 24 de setembro de 2023

Atire a primeira rosa

 


Que horas começa a noite

E termina a madrugada?

Nuvens esparsas brilham
Não sabe da viva nem nada.


Sem o mel nem a cabaça
Impedidos de ser livres
Vestidos com as carcaças
Sem clamar, misericórdia.


Sob o sol da Capadócia
No céu de nuvens esparsas
Mundo cruel de discórdias
Não invada as nossas casas.

 

Não esconda os brinquedos

Nem instrumentos de trabalho

Leve embora os meus medos

Sirva em casa de espantalho.

 

Atire a primeira rosa de amor

Sem deixar cair nenhuma pétala

Mande para longe toda a dor

Algo que para a gente não era.

 

Algo como os vulcões e as águas

A terra corrida e voada na vida

Desarmados de todas as mágoas

Sem cicatriz que lembre ferida.

 

A possibilidade de viver pleno

A luta por aquilo que nos satisfaz

Correndo de todos os venenos

Abrigados no alto das catedrais.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 24.09.2023)

 


Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...