sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Um dia melhorar



Um novo trem pega viagem

Passa na frente da tua janela

Contempla o clima, a paisagem

Mostra que a vida também é bela.

 

Na estação, uns vão, outros chegam

Uns mais perdidos que os outros

E sendo assim, eles nos encerram

Na janela, a opção dos poucos.

 

Os trilhos que vão, são os que vêm

A busca eterna pela zona de conforto

Mesmo correndo dentro de um trem,

Parado em movimento, quase morto.

 

Há tantos caminhos ao mesmo lugar

Apenas no vagão não há autonomia

Um flerte com o que te leva a pensar

Na esperança concreta de um dia.

 

Ele é como a vida, não dá nem

Chance para consertar o que foi feito

Só hoje é que o dia é mais perfeito

E eu não quero nada muito além.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 26112021)

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

CPF “invisível”


Se eu falar tudo,

sujeito, ainda é pouco:

Cadê a Aldeia Global?

 

Pobres ignorantes

não têm culpa de parar

Empacar no tempo

sem ter emprego

sem horizonte

nem lanterna

no fim do túnel

que é apagado.

 

Se você não consome,

seu CPF é “invisível”.

Só vai funcionar

para o auxílio-moradia.

Você que ainda votam

nos cruéis colonizadores,

enquanto são colonizados

todas as noites e todos os dias.

 

Se a educação livre e laica

não resolver essa grande celeuma,

nada mais adiantará.

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 24112021)

Pelo mundo, aqui!



Na Escandinávia imperavam os nórdicos

Com a sua mitologia, os ajustes sociais,

Os códigos de aprendizado da época

A navegação germânica que fez o cais.

 

A Península Ibérica vasculhava o mar

Até encontrar o lugar onde eu queria estar

Hoje, amanhã e sempre, como fui pensado

Como uma forma que agora já não dá.

 

Mas a nossa mola propulsora sobrevive

O instinto de sobrevivência de Davi

Foi muito maior do que o de Golias

O grande que perdeu para o pequeno.

 

O complexo de inferioridade é nosso

Só nosso, e que nos faz oprimidos

Somos nós mesmos e nossas crenças

De melhoras, de um lugar desenvolvido.

 

O eu particular está imerso no público

O público reflete o modelo escravizador

Nos séculos, nada ficou sem domínio,

A vida pode se resumir a um computador.

 

A segurança agora não está mais na rua

Ela está, de certo modo, nos bons lares

Não pense que a responsabilidade é sua

Repito, são questões antigas, seculares.

 


(Cristiano Jerônimo Valeriano – 24112021)

É você!!!



Para a minha amada esposa Andréa

 

Não sou mais sem você;

Sou menos...

 

Não me vejo de fora;

Sem Aurora...

 

Sem você inteira

Sem os seus...

 

Na consigo

Mais viver sem...

 

Não quero saber

Nada de ninguém...

 

Só dos teus olhinhos

Cerrados de bondade...

 

E a pureza da nossa pétala

Da nossa singela pétala de flor...

 

Aqui se trata, especificamente,

Da pureza do amor...

 

 

 

 (Cristiano Jerônimo -24112021 – Taubaté/PE)

 

 

Sinal de devoção (ao vivo)



Toda vez que eu vejo um pedante

Eu troco de calçada num instante

Humilhar não é digno de humano

Julgará o Soberano assim consoante

Que aquele que por doravante

Atingir seu semelhante

Saberá que, muito antes,

Tudo para ele voltará

Nos tempos de coletar

Onde não dá para plantar

Nas árvores vivas, saudáveis,

Na floresta reside o homem

Com o próprio ato canibal

De que o morto não é vivo

Gente se devora como canibais

Num sinal de devoção ao vivo.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 24112021)

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...