São 16 horas e eu preciso me aprontar
Os faróis indicam quando é
para parar
Na hora do rush,
meu carro não anda
O trânsito travado não faz
a bola girar
Não faz bem tanta emissão
de carbono
As potências declararam o abandono
Os responsáveis pelo buraco no oxônio
Talvez o que salve sejam
nossos sonhos
A prática de quem bota a
mão na massa
A ginga de quem sabe a manha
de viver.
É de manhã na Colônia dos
Pescadores
Redes e anzóis sem os puros
pudores
O farol indica que o porto
se aproxima
Ou que o atracadouro está
ficando longe
E as luzes desaparecem
cada vez mais
Aos piratas só podemos
pedir nossa paz
Tem cédulas a mais para
nutrir os fiscais
Tem troncos flutuando para
ir embora
Transformando de vez os
seus destinos
Cobrando que chegues
sempre na hora.
Foi à noite, no novenário
de Julinho
Que provei da maçã na
festa profana
Voei como voa e plaina o
passarinho
Sem lembrar da impostora
da tirana
Que esperava apenas o
momentinho
Os pássaros foram para
outro lugar
Todos os anos migram pelos
oceanos
Voam sabendo dos próprios
planos
Na terra, no ar ou no mar,
temperança
Fazer a esperança se
transformar em fé.
(Cristiano
Jerônimo – 06062023)