terça-feira, 12 de setembro de 2017

CÉU DE ANIL


Bem que sou mesmo palhaço
Mas não faço graça para qualquer um.
Ao ponto de qualquer estilhaço,
Corro com todos; corro só um...

E, agora, abrindo estas janelas,
Com as árvores que permeiam
O primeiro plano do nosso céu
Nascente de nuvens que se foram.
Levando a chuva e a ventania...

Que varre, em cada velocidade,
Uma parte do mundo. Na Flórida,
É só intempéries e tempestades.
No Nordeste, em Pernambuco, Recife,
Hoje, é somente céu de anil...
Com todo o sofrimento do Brasil.



(Cristiano Jerônimo – 12.09.2017)

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Palavras de Quevedo - Século XV

As palavras são como moedas: uma pode valer por muitas, e muitas não valer por uma.
A inveja é assim tão magra e pálida porque morde e não come.
Quem recebe o que não merece, poucas vezes o agradece.
Quem julga pelo que ouve e não pelo que entende, é orelha e não juiz.
Feliz serás e sábio terás sido se a morte, quando vier, não te puder tirar senão a vida.
O muito torna-se pouco quando desejamos um pouco mais.
Só o que manda com amor é servido com fidelidade
São curtos os limites que separam a resignação da hipocrisia.
O nascer não se escolhe e não é culpa nascer do ruim, e sim imitá-lo; e é culpa maior nascer do bom e não imitá-lo.

E o avarento mais preferiria que o sol fosse de ouro para o cunhar, do que ter luz para ver e viver.


De Francisco de Quevedo

No Brasil

  A palavra que nos deram foi silenciosa O vento soprou na saia do pensamento A lua da noite e do dia surgiu e encantou A engrenagem...