O ouro do Brasil corroído
Pelo mercúrio nos rios
Governo sem sentido
Em tempos sombrios
Um pedaço de partido
Com uma tábua de frios
De fora, mil mendigos
Sentindo calafrios
O relógio fino dourado
Não tinha o tempo
Lentamente ao desolado
Uma coivara há de levar
Perdão celestial pedido
Que acabam por acabar
Não procuram o sentido
Do que é viver é cuidar
A perfeição não resiste
À maldade humana inata
A uma gente tão ingrata
Tirana, que loteia o país
“A cultura... a civilização...
elas que se danem, ou não.” *
A turma da arte quer criar
Faxinar este mundo cão
Transformar com cultura
A melhor arma é educação
Desenvolvimento social
E para onde está indo
Este barco de “sucesso”
que joga plástico no mar
O velho é atual,
“O sinal está fechado
Pra nós que somos jovens” **
Mas nós estamos indo
Indo na onda do capitalismo
E do valor do ter sobre o ser
Soa até pueril falar disso tudo
Mas é uma miséria
Que não tem fim
Meios de produção
Detentores e detidos
Preso ao trabalho (in)formal
Ele não vê nada de anormal
Armou a população nacional
Milhares de estandes de tiro
Um belicista beligerante
O retrato de um ignorante
Estampando: Presidente do Brasil.
(Cristiano
Jerônimo – 22.07.2022)