terça-feira, 3 de outubro de 2017

Um casal...


Disse para ele que fugiu pra longe
Da rua onde morava, pois não tinha casa
E que nunca mais ia voltar. Estava decidida.
Já a amiga, zarpou num barco e nem olhou pra trás.
Esperava que a vida fosse a rua à noite toda nua.
(Todos os dias; todas as noites, cabelo, baseado).

Ana branquinha com um sutiã bem azul,
E uma menina ‘perdida’ na comunidade.
São as discrepâncias, numa mesma cidade.
Consola ver Ana vestida de calcinha blue.

Ela disse pra ele que voltaria pra casa;
Recanto dela é o mundo e pouco mais.
Vivia na Argentina. Hoje mora no Brasil.
Poliglota, adora ver essa pátria varonil.

Ele foi passar mais de um ano em Londres;
Ela pegou suas coisas e foi para a Chapada.
Apesar de não estar nem um pouco preparada,
Sabe exatamente aonde está e porque tem ânsia.

Ela sabia que não existia um passado inútil
Ele, que o presente era única realidade;
Futuro é terra de ninguém, do vento, chuva.
Templo dos deuses que habitam nossa cidade.




(Cristiano Jerônimo – 03.10.2017) 

No Brasil

  A palavra que nos deram foi silenciosa O vento soprou na saia do pensamento A lua da noite e do dia surgiu e encantou A engrenagem...