quarta-feira, 26 de julho de 2017

Suas telhas | as goteiras


O meu mourão é voltado,
O meu martelo agalopado.
E você não se engane, vai!
Mas vê lá como é que se sai.

O meu mourão é da vibe viva
É também a coceira da urtiga
É litoral, agreste, é meu sertão;
Tudo num mesmo paradigma.

Tudo de nada é nada. Noves fora,
Zero. Não é em uma nota que te quero.
Pinta o quarto de verde e amarelo
                            com uma bola vermelha.
Não esquece de vasculhar suas telhas.

As goteiras aparecem quando menos se espera.
Não adianta colocar o balde para resolver a água.
O problema não está no que cai, mas na goteira
Por onde entra a água que tanto nos incomoda...


(Cristiano Jerônimo - 26.07.2017) 

Notável esfera


E viva o Viva!
E viva só sua solidão.
E viva a Vivo!
Aguçar de vez sua ilusão
de que os mecanismos
resolvem sós a situação.

Viva o Android e o IOS!
Mas vê se não esquece
de filmar moradores de rua,
fotografar a vida nua e crua,
das cenas que sentimos dó;
compadecidos, sem saber o que fazer.

Tiremos as botas dos porões da espera;
chamemos a coragem de ir para as ruas!
Onde outros ares nos recebem alísios mar,
nesta notável e enorme máquina esfera.


(Cristiano Jerônimo – 26.07.2017)





Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...