sábado, 17 de dezembro de 2022

Esperança de um dia...



Não há arco-íris sem sol

Nem sem água evaporada

Dos olhos do planeta terra

Seu sangue vira coalhada.

 

Não há chuva e não regam

Quintal em que se criaram

É o muito que ainda resta

Na natureza das florestas.

 

Olhos de Maria marejados

Ela canta uma velha canção

Lembrando do açude cheio

Transbordando o coração.

 

A terra já secou e romaria

O casamento foi na roça

Durou três noites e dias

O noivo pensava em rodovia.

 

Para ganhar dinheiro longe

Para enviar seus trocados

À viúva da seca do torrado

Que espera firme seu amado.

 

Há felicidade na vil distância

Muita fraqueza na arrogância

Se tivesse água, ele voltaria

Mas é só esperança de um dia...

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 17.12.2022)

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Naus das diretrizes

Se for para sorrir,

O sol é muito pouco

Para dançar

A música é muita boa

No tilintar

Dos velhos vinhos.

 

Se for para chorar

Lenços brancos

Enxugando gelo

Neste desmantelo

Conhecido como azul

Na América do Sul.

 

Se ficar sério

Invente um sorriso

Observe como as coisas

São quietas

Nós que baixamos

Arquivos mortos.

 

E se foram pro Norte

Num desafio com o mar

A agitação e os rochedos

São testes para o medo

Num arpão dissimulado

Peixe que não devia ser fisgado.

 

Nos 17 mares de navegação

Suas naus não têm mais opção

A quantos pés navego milhas

Como no Tratado de Tordesilhas

Onde está o teu coração valente

Entre as estrelas, és quem brilha.



 (Cristiano Jerônimo – 15.12.2022)

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...