Não há arco-íris sem sol
Nem
sem água evaporada
Dos
olhos do planeta terra
Seu
sangue vira coalhada.
Não
há chuva e não regam
Quintal
em que se criaram
É o
muito que ainda resta
Na
natureza das florestas.
Olhos
de Maria marejados
Ela
canta uma velha canção
Lembrando
do açude cheio
Transbordando
o coração.
A
terra já secou e romaria
O casamento
foi na roça
Durou
três noites e dias
O noivo
pensava em rodovia.
Para
ganhar dinheiro longe
Para
enviar seus trocados
À viúva
da seca do torrado
Que
espera firme seu amado.
Há
felicidade na vil distância
Muita
fraqueza na arrogância
Se
tivesse água, ele voltaria
Mas
é só esperança de um dia...
(Cristiano
Jerônimo – 17.12.2022)