sábado, 18 de maio de 2019

Corações de cata-ventos


Lá do alto do vale do catimbau
resisti a mais brava tentação
vi toda vastidão do meu sertão
pulsação, de um bioma anormal
olhando o alto do céu do infinito
uma forte tentação para voar
passou voando no sono de um mito
às vezes, de longe, o mar e o grito 
uma luz com brilho paira neste mar
algo que habita em todas essas eras
tão tenras e pueris em meio à terra
como um cálculo vil que ainda se erra
Encarando a exuberância do ventar
vai, que se sairás tão bem no tempo
energias com grandes movimentos
serenando aquilo o que não é igual
matando tudo aquilo que é do mal
profundos corações de cata-ventos.


Regra predominante: ABBAACCDDC
(Cristiano Jerônimo – 17052019)

quinta-feira, 16 de maio de 2019

Direito de pensar



Foi quando eu
E o computador
Silenciamos,
Sem olharmos
Um para o outro,
Ficamos pensativos.

Constatamos
O tamanho da crise
Que se abate
Sobre o povo
A nossa resistência.

Quando a política
Dispara contra a ciência
É o fim de quem elabora
Quem pensa em paciência
Pode começar a exercitá-la
Agora.



(Cristiano Jerônimo – 16052019)



Não me tolera? Reza pra mim!



Tolerância com as diferenças
só fala quando a gente sente
no mais, “isso tudo é frescura”
nos olhos dos outros, pimentas.

A intolerância inicia em casa
alimentada na sala da escola
competitivo e óbvio mercado
nas religiões, nos estádios,
no cabelo, da cabeça aos pés
no que se usa e abusa a lambuja
cada átomo de fé e existência
seguem as eras e depois se vão.

Eu vivo é por pedaços de céu
na casa do general nasceu um poeta,
na do outro um coronel.
o filho do comendador é gay
vocalista de uma banda de rock
tudo pode o que é tudo pop
o garoto legal tinha fama de rei.

Criança sufocada! Criança ferida
menino pra morte! também para a vida
criança no ovo furando a casca
já sai ciscando em busca de comida
não sabe, nunca viu uma mesa farta
e a mãe com a asa partida
digere toda essa dor
que vem de onde ela nem imagina
mas o seu terço abençoado vê
o tamanho do buraco
que há em mim
e que eu busco sempre
encontrá-lo
para tapá-lo
mas é depois do fim...
Não me tolera?
reza por mim...



(cristiano jerônimo – 16052019)

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Oráculo



Para a poetisa amiga Érika Renata

Universo
Verso único.
Oniverso
A poesia
Do dia a dia
Da beleza de Maria
E do universo pulsante.

Na eternidade do tempo
E noutras dimensões
Novas vidas, os afazeres
Aqui do lado.

Onipotente
Onisciente
Onipresente
Que não intervém.
Deixa.

A cada dia basta
O seu mal
E a sensação
De que tudo isso é real
No rastejar,
Somos primitivos,
Muitas vezes
Imprensados
Pelas forças do mal.

Na prática não é real
Mas sua mente
Precisa saber ao certo
O que diz seu mapa astral.




(Cristiano Jerônimo Valeriano – 15.05.2019)



segunda-feira, 13 de maio de 2019

Impressos decadentes



Máquinas de chapas brilhantes e fotolitos
Cortejadas off sets de mesa para os gritos
O futuro da impressão não ficou bonito;
Máquinas nas gráficas iniciam o gemido.

Rotativas CMYC antigas RGB
Máquinas muito modernas
Imprimem cada vez menos
Os encartes dos impressos.

Metade das redações só faz on line
Não há mais nas bancas, revistas e jornais
Ele por ele mesmo, as revistas musicais
O universo virou-se para outro lado.

Por isso, agora, calado, sei que
Há mais computadores ligados
Do que jornais e revistas fechados.
Do imediatismo do amanhã,
Só se leva o que é lembrado.


(Cristiano Jerônimo – 13052019)

À procura do firmamento

Disseram-lhes Que eram sérios Com juramentos Plateia em silêncio Fizeram-se de justos.   O mundo está mesmo em silêncio Mas ...