sexta-feira, 27 de julho de 2018

Roseiras de amor e espinhos



Eu olho. Teus passos...
Sem minha roupa assim.
Eu te sigo, em pensamentos.
Coleciono os espinhos
Das tuas roseiras
Que não eram tuas
Nunca foram e nem serão;
Nem deveriam.
“Ninguém é de ninguém”.
Uma alma livre e solta
Só caminha pro além;
Uma vai e outra vem.
Não há mais por que chorar;
Não tem mais o fogão
E nossa lenha acabou
Apagou-se o que era doce.
Não se chega à roseira
Sem ao menos se furar.
Nem sequer fugir da Rosa.
Que é posta no túmulo e no altar.



(Cristiano Jerônimo – 27.07.2018)

terça-feira, 24 de julho de 2018

Você sou eu com outro código de barras



TOMO I

São pessoas exatamente assim como se vê
Que afastam a relatividade do que pode ser
Estigmatizam num liquidificador tão pequeno
Não sabem coar as diferenças que precisam ser.
Ele está lá exatamente igual e diferente de você,
                                                        Que não crer.


TOMO II 

Na mais difícil, imensa e boa realidade paralela,
Nas pessoas que passeiam e desfilam passarelas
Eu sou o iguana, camaleão dos verdes juazeiros.
Sou astronauta, do cangaço e também sou vaqueiro
Viro a cabeça para entrar cego no raciocínio lógico
Da resolução do cálculo da mente cega e patológica
Estruturas lógicas que aceleram partículas da sinapse
                                                                    Semiótica.



(Cristiano Jerônimo – 23.07.2018)

domingo, 22 de julho de 2018

A hora do blackout universal



Enigma das noites do sábado
Para onde vai o domingo azul.
Mesmo que você não saia,
Esteja de boa, sempre sorrindo;
E, por favor, nunca corra da raia.

Gatos e ratos na cidade fedorentos
Gente misturada no calor do calçadão
Alguém está querendo que eu vá lá
Assim ela sacode e explode o coração.

Ser sincera, um chiclete e um chocolate?
“O que é liberdade, na verdade é uma prisão”.

O céu é tão pequeno para quem não voa
Avenida de passeio toda pronta pra rolar
A calçada mal cuidada não permite acesso
Estamos vivendo um verdadeiro retrocesso. 


Suja e mal cuidada na avenida beira-rio
Loira negra exalando um forte odor de cio
A madrugada da cidade é como play time
Madrugada no campo é como Santo Daime.

Ela roda, ela gira, ela pula em pleno casario;
Sua alegria expulsa o demônio e o desvario
Mas a boneca é à corda, e sempre que acorda,
Tem que dar outra corda na parte das costas.

Difícil é ver a corda andar sem engrenagem
Viver feliz diante de toda tosca sacanagem.
Ainda dar gratidão a Deus por não estar pior
Sob pena de, na vida, nunca mais ver este sol.


(Cristiano Jerônimo – 22.07.2018)

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...