domingo, 22 de julho de 2018

A hora do blackout universal



Enigma das noites do sábado
Para onde vai o domingo azul.
Mesmo que você não saia,
Esteja de boa, sempre sorrindo;
E, por favor, nunca corra da raia.

Gatos e ratos na cidade fedorentos
Gente misturada no calor do calçadão
Alguém está querendo que eu vá lá
Assim ela sacode e explode o coração.

Ser sincera, um chiclete e um chocolate?
“O que é liberdade, na verdade é uma prisão”.

O céu é tão pequeno para quem não voa
Avenida de passeio toda pronta pra rolar
A calçada mal cuidada não permite acesso
Estamos vivendo um verdadeiro retrocesso. 


Suja e mal cuidada na avenida beira-rio
Loira negra exalando um forte odor de cio
A madrugada da cidade é como play time
Madrugada no campo é como Santo Daime.

Ela roda, ela gira, ela pula em pleno casario;
Sua alegria expulsa o demônio e o desvario
Mas a boneca é à corda, e sempre que acorda,
Tem que dar outra corda na parte das costas.

Difícil é ver a corda andar sem engrenagem
Viver feliz diante de toda tosca sacanagem.
Ainda dar gratidão a Deus por não estar pior
Sob pena de, na vida, nunca mais ver este sol.


(Cristiano Jerônimo – 22.07.2018)

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