sábado, 3 de abril de 2021

O que enfeiamos


Alegria! Alegria!

Toda essa bagunça

tem a finalidade

de arrumar

as coisas belas

que enfeiamos.

 

Fé e esperança

hoje melhor

do que ontem

o amanhã

é a partir

de agora.

 

Oração e vigília

a liberdade

tem um preço

não tem endereço

faz-nos sentirmos voar

entre as nuvens

da paz verdadeira

Paz!

 

Alegria! Alegria!

dia após dia;

bom ânimo

simpatia

entre os nossos

irmãos de tempo.

 

Nem mesmo o vento

nem o advento

das hidroelétricas

que cobriram

sobradinho

inundaram

sete quedas

podem salvar

o que não foi

nem pelo amor

nem pela dor.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 03042921 – 15h51)

Segredo do hoje

 

O homem busca no passado

Procura mais no seu futuro

E se esquece do presente

complica o que está certo

Tem de um lado o deserto

Do outro, as plantas verdes

A água pura que mata a sede

Que ensina que a saciedade

É de cada vez, com paredes

Portas secretas para o sol

Que somente o dia de hoje

Poderá, talvez, desvendá-las.

 


 

Cristiano Jerônimo 03.04.2021

quinta-feira, 1 de abril de 2021

Fim de guerras

 


Nuvens negras carregadas

Já há muito anunciadas

Muitos entendendo nada

A humanidade revoltada.

 

Previsões sem confirmação

Misterioso risco só de viver

Um impulso para reimersão

Do Eu no Todo Absoluto ser.

 

Bendito seja o covarde invisível

a colheita é obrigatória no plantio

Uma hecatombe muito incrível

Pega-nos de surpresa, desvario.

 

Para consertar o ser humano

Precisa de dor para ser amor

Todos os que não seguirem

Ficarão sós para sentir ardor.

 

Tudo aquilo que amadurece

E a gente cresce, reaprende

Nesse coro tão descontente

A cada dia a gente cresce.

 

A cada instante chega luz

Sobre as trevas da terra

Tiranos à luzes apagadas

Fim de todas as guerras.

 

E assim o homem aprende

A salvar vidas

Dada a importância

E a constância

Da expansão

Do tempo

E da evolução

eterna.

 

(Cristiano Jerônimo – 01042021)





quarta-feira, 31 de março de 2021

São o que são



Este é um momento de morte

Não brinca com azar nem sorte

Este é um instante de muito medo

A nitidez das coisas revela segredos

O feio e o belo em seus devaneios

A vida começando a ter os freios

Involuntariamente, tempos feios...

Embora as abelhas continuem doces

E o tempo conserve todos os sabores

Sobreviver a este caos microscópico

Mantando aquele sonho tão utópico

Sangue quente correndo pelas veias

O sol continua cumprindo protocolo

A lua vê amantes deitados nos colos

E o verdadeiro amor é o objetivo

Neste nosso universo relativo

As coisas nada mais são

do que, objetivamente, o que são.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 31032021 – Recife – PE)


terça-feira, 30 de março de 2021

Bateu na veia



 Dedicado a Andréa

 

Bateu uma saudade

Daquelas bem covardes

Que queimam e que ardem

Mas guardam a verdade.

 

Saudades de ter e viver

Lembranças tão boas

Que nunca vou esquecer

Entre névoas e garoas.

 

Pelo céu azul e o oceano

Diz da nossa companhia

Cada efeito vai causando

Toda causa tem um efeito.

 

Bateu uma saudade

Porque posso sentir

À distância, o coração;

Eu só amo com paixão.

 

Como o tempo

É o senhor do destino,

Cristalizo essa saudade

Sublimo como menino.

 

Mas beira o limite

Que mais distância

E o mestre tempo

Que mostra clara

A sua importância.

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 30032021)

segunda-feira, 29 de março de 2021

Trancados dentro de nós mesmos



Tivemos que nos trancar em nós mesmos

Forçados a pensar e refletir a nossa vida

Estimulados a escolher qual o lado certo.

 

Não saímos e no espelho vimos feridas

Em casa, cada um, foi estimulado a ser

Nas páginas e livros das letras bem lidas

 

Aprendemos a viver só assistindo a tevê

Cada uma no seu quarto, sala, cozinha

A rede os mais distantes, fácil, aproxima

Separa entre paredes os mais próximos.

 

Lembramos de quem havíamos esquecido

Nos aproximamos pescando este remoto

Sentimos saudades, perdemos queridos.

 

Nem por isso eu vivo com o coração ferido

Não me pertence aquilo que não é o meu

Descobrimos que encontrar-se consigo

Sempre foi uma pólvora, verdadeiro perigo.

 

Estamos desenvolvendo a nossa paciência

Mudando caminhos, sintonias e frequência

Olhando, vejo a maior depressão da terra

Outras houveram, mas não lembro ter visto.

 

 

 

(Cristano Jerônimo – Recife – PE – 29032021)

Estrela única

                                       


Por trás da serra

ela permanecia

crescia, mas não vivia

até que um sonho virou liberdade

realidade.

 

Por trás da serra tem mato,

tem poça, tem água de beber

eu vi, de longe, você deitada

ao longo das curvas do topo

tem-se boa caminhada a dois

subir a serra pelos seus caminhos

com o suor de beber teus carinhos

de enlouquecer por ti, e depois melhorar

de te querer por mim, depois te dar


a branca serra do meu bem

E toda sua vigília sobre ela

em suas nascentes que irradiam

as altitudes que esfriam, esquentá-las

a menina que demonstra o amor

brilha cintilante, estrela única.


  

(Cristiano Jerônimo – 19032021 – Taubaté-SP)

Sementes (1/3)


 

 

Cabeça de Carneiro-Camelo


Nada do antes

ia ver,

se buscava nos outros

o que queria ser.

 

As águas que compõem 

suas represas

serão substituídas

por cachoeiras.

água só presta corrente.

veja que sempre do alto

o vapor suspenso se precipita

produzindo as estradas verdejantes

e apreciando a doce companhia

do meu amor!

 

Você não tem como ser menos

você. Você só precisa ser

os pilares do saber viver

aprender a ser, fazer e conviver

são dias muito diferentes

uma linha do tempo existe

Os nossos ofícios são diferentes,

para aprender como as sementes

a importância do fruto e da flora.

 

  

(Cristiano Jerônimo – 25032021 – Ubatuba – SP)

Dentro de um só (2/3)



Corre muita água 

entre a Mantiqueira 

e a Serra do Mar

a praia azul

todo dia a brilhar

as neblinas dos altos

a cor azul de suas águas

vem do encontro 

do oceano com a mata

Que mesmo agredida

Não deixa de ser bonita

rica fauna e flora

o branco das serras

das elevações distantes

o alto da colina

para ver na luneta

que existem muitos planetas

dentro de um só.

 

 

(Cristiano Jerônimo - 25032021 – Ubatuba-SP)

Bastava (3/3)



É no paraíso

que nasce o pecado

na rua se perde o juízo

no estúdio, tiramos retratos. 

 

Na mágica da montanha,

o bioma mata atlântica

se entrega ao oceano

e vai, vai virar sal de gelo

sol de terapia pontual

no verde denso do litoral.

 

Cada gota é importante

como cavaleiros andantes

saber valorizar goteiras

botar sentido na cumeeira

armazenar toda a água da chuva

e entregar a Iemanjá e Netuno.

 

Como a vida é feita de gestos,

poderíamos ser bem mais honestos

não precisaríamos ser tão humanos

bastava não contribuir para o engano

 

 

(Cristiano Jerônimo – Ubatuba – 25032021)


Duas estradas (4/4)


Aqui, na mata virgem, cobras voam

enquanto o veio do vale ecoa água.

Sempre estará bem mais moderno

o defender da bolacha de cada dia 

zarpar para pescar de manhã cedo

cortar os sete-mares sem medos.

do outro lado, a sua companhia

 

Seu coração bondoso só brilha

foi a água do mar que limpou

que lavou os pés da sua filha

e o meu anel de atlante clareou

 

sua silhueta há muito me é familiar

a união é explicável pelo Divino

que uniu duas estradas num destino

e, como menino, procuro e te encontro.

 

Abri a porta e ergui minha espada

não abro da luta pelo bom senso

às vezes não acredito em um fim

outras não acredito em mais nada.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 25032021 – Ubatuba – SP)


Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...