sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Se alguém fosse te falar

 

No meio de todo esse turbilhão de pensamentos,

Pare!

Na tempestade mantenha a calma em mar revolto,

Tente!

No desgastante dia em que passas todos os dias,

Pense!

Nos improváveis medos assuma as suas rédeas,

Direcione!

Nas tuas mais loucas indecisões e vagalumes,

Dance!

Rebole na pista e não desista, pule de salto,

Rebole!

Toda a natureza bole com cristais de água,

Viva!

Porque viva é a água que jorra daquela fonte,

Beba!

Mas beba sempre, pois não esperam por decisões,

Viva!

Se o mundo está apertando teu peito é transição

Ora e vigia!

Não esqueces no outro dia de fazer uma oração,

Rogai!

Entendei que os frutos têm que ser escolhidos

Prova!

 

 

(Cristiano Jerônimo – 23122022)

Longe do Presépio, Perto da vitrine. Todos estão a procurar...



Pensar fez dele um alvo fácil

Para arapongas retráteis

Para o que é tão inefável

Como os amores portáteis.

 

Cintilam na beira da praia

Nas areias de Itamaracá

Seu desejo mais profundo

Saber dos mistérios do mar.

 

Pensar fez dele a sua razão

Farto território de oposição

Sob o comando do não acaso

Que gere sutilmente a emoção.

 

Acessar o passado é “pecado”

Quando não tem nada ao lado

De todos os tijolos colocados

Muitos ruíram outros subiram.

 

Não é só tosca essa ilusão

De propaganda vender o Natal

Com a imagem de Papai Noel

Escondendo o nascimento de Jesus.

 

O Menino estaria perdendo espaço

No Natal que não alcança o sentido

De que uma grande cerimônia

Deveria ser o ritual destes dias.

 

Ele só queria ser o burrinho

Ao lado do berço do Menino

Queria até mesmo ser o sino

Que tocou lá em Belém...

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 23.12.2022)

 

  

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Muamba de escravos



Os pinotes dos passarinhos no chão a beliscar

Os bezerros saltitantes tal a nossa alegria

Contentamento de estar vivo, e então...

A natureza age, agiu e no que reage, reagiu

À nossa própria loucura de desmantelar

Como quem corta cabelo no quartel

Num dia de teoria

No outro de tiro ao alvo

Se eu me salvo

Vou a Gorgonha

A flor da helicônia

O fruto proibido

Tão palatável

Ao mesmo tempo

Gosto do pecado

Provável não ser...

Não estar numa realidade

Paralela certa

Nem ficar de boca aberta

Nem vou comprar escravidão

Nem aqui nem na China

Bem longe do Nepal

Sem ser da Índia

Sob os auspícios da América do Norte

Sob a pressão da Coréia do Sul

Neste feriado choveu quatro dias e noites

Eu não comunguei na igreja do homem

Eu me achei me perdendo escapulido

Pelos dedos grandes de mim mesmo

Andando no destino com as rédeas do trilho

Sem apreensão, temor ou mesmo medo,

Entre mortos e feridos, estamos muito vivos.

 

 (Cristiano Jerônimo – 21122022) 

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...