quinta-feira, 19 de abril de 2018

Vergonha e orgulho (fases da lua)



A vergonha é muito orgulho
O orgulho criou a vergonha
Por isso bebê é de cegonha
E ouço absurdo no barulho.

Limpo, sujo, não fico mudo
E, sobretudo, falo bem alto
Sem querer e querendo
Ganhando e perdendo
Altivo e altaneiro
Como um bom brasileiro
E velho sertanejo.

O orgulho perdeu a vergonha
Vergonha perdeu seu orgulho
Índios não sentiam vergonha,
Nunca souberam de barulhos.

E eu fiquei pensando na honestidade;
Nos que se diziam sem austeridade...
Como os mais bem intencionados
São os mais criticados, porque ninguém
Resolve de graça o problema de ninguém.
Aquele filete de lua carrega meu pedido
E muita fé no que minha avó me ensinou.
As pequenas coisas que já foram grandes
E as grandes coisas que hoje estão pequenas
São apenas como fases da lua.


(Cristiano Jerônimo – 19.04.2018 – 15h)

segunda-feira, 16 de abril de 2018

LADO DEMONÍACO


Nunca bata na mesa
Sem apertar minha mão.
Nem force o seu sorriso,
Mesmo que seja preciso.
Fale com o seu coração.

Bata, bata nesta porta
Abra e feche sem ver.
Não venha, então, querer
pegar na minha mão.

Nem ainda me curei
E não sei, com certeza,
Se vou pular outra fogueira
Espantar de vez essa ressaca
Do mar, corridas e trânsitos.
Ressacas do estresse inoportuno
Das aventuras de boêmio noturno
E as lenhas que foram carbonizadas.
Na estratosfera, a camada de ozônio
Sofre com o nosso lado de demônio.

Bata, bata nesta porta
Abra e feche sem ver
Não venha, então, querer
pegar na minha mão.


(Cristiano Jerônimo – 16.04.2018)

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...