(Setenta e tantos tempos)
Um lobo maluco
Com coração
De criança
Vivia
solitário
Num mundo
Encantado
E, de repente,
desencantou.
Um lobo bruxo
De alma pura
Veio e se
apurou
Na vastidão
Dos paraísos
E infernos
Astrais.
Mata densa
Lago manso
Lobo fértil
Ele cantou
O lobo uivou
Ele dançou
Para a ruiva.
Desencantou
De novo
Como pássaro
Uma águia
Que troca
De garras.
Como um
profeta
De fazer
pensar
Sua alma de
poeta
Seu dom sonoro
Um lobo pintou
O lobo cansou
O lobo chorou
O lobo uivou
Desde aurora
Esperando
A sua ruiva
Que nunca
Mais voltou.
O lobo navegou
Nos naufrágios
Do destino
Amor e dor
Desde menino
A fera espera
Como um
carcará
Quer tanto bem
À sua presa
Que lhe dá
O que tem
Mesmo quando
a estrela leva
tudo que’lhe vem.
E a alma explodiu
Em flor, com o
amor
Então fostes
Sorrindo
Com o dedo
Em riste
Pra quem
Não existe.
(Cristiano
Jerônimo – 23052019)