sexta-feira, 7 de junho de 2019

Lobo bruxo



(Setenta e tantos tempos)

Um lobo maluco
Com coração
De criança
Vivia solitário
Num mundo
Encantado
E, de repente,
desencantou.

Um lobo bruxo
De alma pura
Veio e se apurou
Na vastidão
Dos paraísos
E infernos
Astrais.

Mata densa
Lago manso
Lobo fértil
Ele cantou
O lobo uivou
Ele dançou
Para a ruiva.

Desencantou
De novo
Como pássaro
Uma águia
Que troca
De garras.

Como um profeta
De fazer pensar
Sua alma de poeta
Seu dom sonoro
Um lobo pintou
O lobo cansou
O lobo chorou
O lobo uivou
Desde aurora
Esperando
A sua ruiva
Que nunca
Mais voltou.

O lobo navegou
Nos naufrágios
Do destino
Amor e dor
Desde menino
A fera espera
Como um carcará
Quer tanto bem
À sua presa
Que lhe dá
O que tem
Mesmo quando
a estrela leva
tudo que’lhe vem.

E a alma explodiu
Em flor, com o amor
Então fostes
Sorrindo
Com o dedo
Em riste
Pra quem
Não existe.



(Cristiano Jerônimo – 23052019)

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