quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Sangue de peixe


Sem saber...

Tengo, lengo, tengo

Morreu o imortal.

Sem querer,

Lara, lara, iê,

Cortou-se

Outro mal,

Pela raiz.

 

Para mim,

Pilim, plimplim

Não se queria

Desse jeito

Esqueceu

Da flor vermelha,

Da nossa nova

Água que sobe.

 

Água horizontal

Chuva para cima

Verso sem rima

Pisar no abissal

Correr na água

Para a sereia

Sangue de peixe

Na nossa veia.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 13122023)

alpercatas do tempo


... as estradas do meu coração

sentem quando troco as alpercatas

também quando a vida é descalça

quanto mais ando, mais vejo chão

os caminhos sabem o que visto

sabem até o meu jeito de andar

na areia do nosso riacho seco

as panelas não são tão areadas

vi, onde fora uma nascente,

ser um olho d’água desativado

corro nas veredas do gado

traçando hipotenusas lógicas

para atalhos de bichos na terra

nas planícies, no ar, no mar

e em todas as nossas serras...


 (cristiano jerônimo – 13122023)

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...