sábado, 6 de fevereiro de 2021

Chegada e partida



Vai! Segue feliz

O teu caminho

Paz! Força motriz

Pétalas sem espinhos.

 

O que mais importa

É estares bem pleno

Abrindo os caminhos

Grandes e pequenos.

 

Ele não seria egoísta

Ao ponto de não desejar

O melhor de tudo

Para quem ele ama.

 

E é distante, (in)viável

Nada parece aproximar

A partida mais provável

Com a vontade de ficar.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 06022021)


Tempo dúbio

 

Tempo amigo

Tempo ruim

Tempo perigo

As coisas são assim.

 

O tempo dado

E a falta dele

Arrefecem o cio

Volta à correnteza

De um rio

Que vai passar

A fugir do mar

Com o leito

Seguindo

No sentido contrário.

 

Em cinco minutos

Ruíram as torres

Gêmeas

Nagasaki

e Hiroshima

Falta de amor

Sadio no coração.

 

O tempo é

O que você quiser

Mas saiba o que fazer

De ótimo com o seu tempo

Se não quiser

Perde-se no orgulho

Da baixa autoestima

E das dúvidas de autoimagem.

Normal!

(Cristiano Jerônimo – 06022021)




quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Travessias

 

Nas eras da ambição

Muitas glórias mortas

Uma espécie de poder

Que nunca continuou

E as glórias perdidas.

 

Mortes pelo simples poder

Conferidas aos depostos

Numa iniquidade absurda

Cai o rei e o poder muda

A escravidão se moderniza

E as águas fluidas seguem.

 

Não pare na frente da morte

Muito menos diante da vida

Nunca acredite em ter sorte

O suor de uma vida comprida

É quem faz o sucesso da ida

Que não tenha volta sempre

Muito menos a nau partida.

 

Atravessar os mares não cansa

O que esmorece é a hipocrisia

Ao mesmo tempo o combate

Todas as corrosões da maresia

Navegar a esmo e encontrar

Um estúpido pirata nos mares.

 

Não há mais tempo para perder

A sociedade avança sem querer

O planeta recebe uma luz intensa

E, mesmo sem querer, vai crescer

Até os que perpetram na iniquidade

Livre arbítrio cerebral para optar

E a cabeça fria para melhor pensar.

 

 


(Cristiano Jerônimo – 04022021)

 

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Filhotes e serenatas


Com e para Andréa, com o meu amor, carinho, respeito e admiração.

 

Acelero o passo

Entregue

Feito um bebê

Certo que incluir

Significa excluir

E o contrário

Também,

Vai mais além.

 

Tão luminoso

Que requer

Segurança.

 

Tão formidável

Que pode cair na dança

Brinquedos de crianças

Os afazeres de adultos

Seus filhotes e serenatas

Como era antigamente

Nas ladeiras de Olinda

Em pleno Carnaval

Multicolorido

É o nosso casal, meu amor.

 

Quem pudera agora te ter

Nos meus braços agarrada

No meu pescoço

Buscando o meu colo

Perfeitamente encaixada

Nesta estrela vazada

Combinando com a entrada

Dias longos, longes...

Com uma meta certa

E sem data pra chegar.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 29012021)

domingo, 31 de janeiro de 2021

As que perdi (ancestralidade do ser)

 


Sem nada pra ganhar

Sem medo de perder

Eu sigo a acompanhar

Que se pode ter e ser.

 

As indulgências da vida

Sem manual de garantia

Recupera paz escondida

Recupera senso e alegria.

 

Toda vez que amanhece

A planta nasce e cresce

À luz do mundo oculto

Vivemos dando pulos.

 

Com tudo para perder

Aprender a daí ganhar

Eu sigo abrindo picadas

Pelas forças desarmadas.

 

A antiga arma de guerra,

A palavra, “pré-canhões”,

Os resquícios do estigma

Das batalhas de trovões.

 

Venci bento várias delas

Inclusive as que eu perdi

E logo cedo, eu aprendi

Esquecer todas as sequelas.

 

A ancestralidade do ser

Carrega no peito o duo

A vontade de sobreviver

Para na vida dar no duro.

 

No escuro, o silêncio bate

O invisível aparece no salto

Não temer altura no baixo

Nem temer altura lá no alto.

 

 (Cristiano Jerônimo – 31012021)

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...