quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Quevedo (A hora...)


Eu não posso dar conta da realidade,
Se toda vez que percorro essa cidade,
Desponta luz toda sorte de iniquidades;
Porque se diz que o que mais vale é estar.

O gosto de inalar teu olhar e sentir tesão
Sempre acontece com toda aquela tensão,
Se dilui em platinas que viram mercúrio
nos minerais das mineradoras, o fim...

Eu não posso dar conta do imaginário
Foge ao que tange as agruras do sumário
Mais resplandece a luminária que a canção
Para que não tenha tanta gente solitária.

Seiva viva na floresta atlântica e o seu coma
Mataram noventa e cinco por cento do bioma
Olhares magnatas fecharam numa dose de uísque
E deram as costas como quem espirra ou até golfa.

Fizemos um esforço tão belicoso e enorme
E eu não posso dar conta de nada nesta vida;
Porque com a destreza de Francisco Quevedo,
O medo que a senhora Hora me pegue distraído.





(Cristiano Jerônimo – 16.08.2017)

No Brasil

  A palavra que nos deram foi silenciosa O vento soprou na saia do pensamento A lua da noite e do dia surgiu e encantou A engrenagem...