Analina bailarina
Era uma menina
Viciada em Ritalina.
Ana linda sem sina;
Mergulhando na maré
Puxada para o rio.
Podre o Beberibe,
Intocável Capibaribe.
Analina baila no barco
Entres tantas barcaças
Da vida deste rio morto.
No Cais da Aurora
E nos Coelhos,
Catamarãs
Só mostram
Os belas pontos
E os palácios do poder.
Analina rebola no píer
Segura a corrente
Do navio e quer zarpar.
Quer atravessar o oceano
Dar um salto no engano
E transpor-se a pular.
Analina tem um cavalo
Prateado. Loura crina
Que segura esta menina
E ensina-lhe a galopar.
Seu galope é certeiro
Cai nos braços do vaqueiro
E vem da América aboiar.
(Cristiano Jerônimo)
(Cristiano Jerônimo)