sábado, 5 de janeiro de 2019

A interrogação de Lampião (?)


O líder religioso Antônio Conselheiro, morto pela perseguição da igreja e do poder

Gosto de descer
Do alto das minhas botas
Sentir o espinho do seco das grotas
Minha língua é mansa como o Sertão
Onde as máquinas perdem a função.
E a luta pela sobrevivência e dignidade
Não se encontra com os velhos coronéis
Que ditavam até os votos
Humilhavam e batiam

Nos “seus” currais eleitorais.
Então houve o levante dos bandos
Invadimos o sertão nordestino
Do cangaço, o valente Lampião
Com sua pistola sina maldita
Foi embora com Maria Bonita
E deixou uma interrogação
Sobre o sentido da sua vida.





(Cristiano Jerônimo)

Sofisma do trabalho (Quantas pessoas vão caber no amanhã?)


Às vezes,
Andamos fugindo
De nós mesmos
Engolindo segredos
Estalando os dedos
Pensando no que vem.

Noutras,
Queremos fugir
De um padrão de coisas
Funestas escolhidas
Para educar outros prismas.

Fascismo vive de sofismas
O trabalhador do salário
Inconteste humildade vã
Humilhando uma mente sã.

De cá, deito no divã, e penso:
Quantas pessoas vão caber
no amanhã?



(Cristiano Jerônimo)

segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

A CRISE CRAZY VAI PASSAR



Como é bom que já é um outro ano
A estação passada estava meio fria
Quando anoitecia, já pensava acordar,
Meus secos papelões pra esquentar.

E como é repetitiva a rua, e tão livre;
A vadiagem também é ócio criativo.
O dinheiro é que não foi bem bolado,
Qualquer um depende de um trocado.

Nas avenidas principais buzinam atenção!
De estar num carro possante e sem tesão
Cada um dá um pouco do que tem em si;
O que é bom pra você pode ser pra mim.

Que bom que vai entardecer e o sol se por;
Mais uma jornada de uma roda giratória,
De agradecer pelo aperreio do trabalho...
E jamais decretar qualquer dívida moratória.

(Essa crise crazy vai passar!!!)


(Cristiano Jerônimo - 2018)

À procura do firmamento

Disseram-lhes Que eram sérios Com juramentos Plateia em silêncio Fizeram-se de justos.   O mundo está mesmo em silêncio Mas ...