sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Ainda que seque, há esperança


      

    I

Tem mais céu no alto da serra

Mais estrelas no azul cósmico

Douradas num chão estrelado

Riscados sobre o branco papel

Guiados nos voos das abelhas

Girando n’água do azul do mar.

 

        II

A enxurrada do riacho adormecido

É o Natal do verde que era só seco

O cheiro do marmeleiro avisa longe

O hálito do curral do gado na chuva

O engenho velho que traz a saudade

A bolandeira que ensacou a farinha.

 

        III

Os lajedos molhados sem poeira

A água lavando o terreiro, estrada

Pulando as porteiras encharcadas

As caiporas fumando nos cabelos

As tranças nos rabos dos cavalos

Ainda que seque, há a esperança.

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 08.08.2025)

  

Ainda que seque, há esperança

            I Tem mais céu no alto da serra Mais estrelas no azul cósmico Douradas num chão estrelado Riscados sobre o branco papel ...