sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Preste atenção



Todo mundo tem direito de cantar e ser feliz

A paz obrigatória dos ensinamentos divinos

Todo mundo tem direito de ser aquilo que é

Uns são meninos velhos com velhos meninos

Pessoas andam e se procuram para sobreviver

Tudo mundo tem direito à existência e ao ser

Mas chovem as mensagens por todos os lados

Uma é educativa, outra manipula o seu querer

Aquela é a que seria mais legal, com tecnologia

Algoritmos somos, somos mesmo sem querer

Sempre a gente tem direito de andar e de sorrir

Ouvir passarinhos cantarem o que não ouvimos

Revelar aquilo que achamos que não sentimos

Ver no céu pontilhado de luzes as possibilidades

Extrair do campo e da cidade a reciprocidade

Doar, agradecer, cabeça erguida, nós sentimos

Não há mais tantos caminhos que construimos

Ter curiosidade pelo construtivo ou pelo mal

Encher a alma de líquidos que tapem os vazios

Ter a certeza que tem a correnteza do leito do rio

Alimentamos animais e os tornamos como somos

Animal de estimação fala muito da pessoa do dono

A vida é curta para sermos somente os fantoches

O consumismo do capitalismo que nos dá deboche

O protagonismo do avanço é para onde nós vamos

Se a porta não abrir, pegue uma alavanca e force.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 11112022 – Taubaté)

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Bem tranquilo



Das sete flores que ganhei verão passado

Uma disse que as cores não são artificiais

As altitudes onde brotam os olhos da água

Nas rodovias que sempre levam às capitais

Havia um pedaço paradisíaco e intocado

Longe demais de supostas traições e mágoas

Seguia-se os passos de um caminho iluminado

Onze vezes constatei que sou humano e amado

Vinte e duas vezes pesquisei o que isso significa;

Amor no coração é como um bálsamo de luz

Magnetiza toda a força, aquilo que nos conduz

(As igrejas batizam e santificam falsos profetas)

Mandam queimar todos escritos dos poetas

Alegando atentado ao pudor da posta sociedade;

Eu também guardei a companheira ao meu lado

Afastei de quaisquer maus bocados e iniquidades

O sol passou o ano se pondo num lugar diferente

Movimentos involuntários do alto da nossa mente

Do verso sem nenhum prumo e descomprometido

De quem fala a todo o mundo sem fazer alaridos

Dormia um jovem procurando estar mais tranquilo.


(Cristiano Jerônimo - 10112022)

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

A labuta sem apoio



Na roça do tempo, um menino

Em tempo de fartas plantações

Espelho da visão da consciência

Olhando para o céu das ilusões.

 

Em êxodo, pelo Brasil e afora

Saídas muito altas sem ter rei

Evaporando H2O entre horas

Eu esqueci o pouco que eu sei.

 

O tempo nada mais é

Do que a expansão do espaço

Embora o espaço

Dependa da força do tempo.

 

Anfilófia juntava algodão para candeeiro

As irmãs se foram com a força do destino

As ilhas inabitadas, proibidas nesta ida

A coragem mais profunda e o firmamento.

 

Sem água, sem lavoura, sem gado gordo

O sertanejo vive da própria resistência

Não quer nenhuma esmola de assistência

Apenas condições de o ano todo trabalhar .

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – Recife, 7 de novembro de 2022)

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...