sexta-feira, 9 de julho de 2021

Planas a voar


O que brota da terra

regada com água

das nascentes altas

e de suas cascatas

chamadas de fonte

olho d’água, nascente

na grota do sertão

sabe-se que lágrima

não resolve a seca

é preciso ser capaz

de transpor a serra

que te leva ao ar

onde planas a voar

procurando um lugar

uma vida feita de água.

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 09072021)

quarta-feira, 7 de julho de 2021

Jardim das amplidões

A Andréa


Na estrada que cheira à música

Passos são ritmos, percussões

Na entrada onde mora a música

Residem as nossas emoções.

 

Na escada que leva aos lados

Nos andaimes dos edifícios

Nem tudo que voa é alado

Vão alto sem sacrifícios.

 

Nos jardins das amplidões

Você deseja encontrar

Uma casa serena

No bucólico e animador

Local da serra, num chalé.

 

Gosto de lenha e fumaça

O fogo me complementa

Sou do elemento água

Nadar me esquenta.

 

Gosto do teu fogo

Quente como o meu

Sem frio nem lençóis

Corpos aquecidos

Ninados pela voz

Que sai de nós

Amor.

 

 

 (Cristiano Jerônimo – 07072021)

Das estações


Trem das horas diárias

Longe, a última estação;

Vidrado em teus lábios

Dou-lhe o meu coração.

 

Hoje os trilhos nadam

Cortando túneis no mar

Os aviões, marias-fumaças

Que sobem serenas no ar.

 

O homem achou

Outros jeitos de andar

Começou com a roda

Além dos automóveis

Paraquedas em socorro

Arrítmico, no ar a voar.

 

O que será

Que esconde o bispo

Pastor neopentecostal

Sua cura não tem jeito

O homem achou

Outras formas de burlar

O vazio incapaz que traz no peito.

 

O quanto valem os medos

Todos que a gente anima

Podem-se contar nos dedos

Muito mais a gente tinha 

Com ares de gente humana

E cara de amarelinda.

Foi ainda minha irmã................

Permanece tão linda!.................

 

  

(Cristiano Jerônimo – 05/07/2021)

segunda-feira, 5 de julho de 2021

Jardim de estação (Cheias de amor)

 


Se eu olhar para o amanhã e vir

Eu vou contigo para lá buscar

O que for mais puro para você

O que te faça feliz e prosperar.

 

Se olho para ontem, eu não mudo nada

As curvas são minhas. Não da estrada

Porque o inverno é uma estação

Que sempre pode ser ainda mais gelada.

 

                        Nem água, nem chão

                        Nem fogo ou ventania

                        As tempestades são

                        Violentas carícias

                        À terra, aos ventos,



Com alma de furacão

Como o que não vemos

Não conhecemos de nada

Da cidade, vai saber da vida.

                                Vai saber da vida...


Por isso, pegue em minha mão

E deixe que eu te esquente

No meu caloroso coração

No nosso lugar tão fielmente.


No frio, eu te aqueço

No sol, me faço água

À noite te agasalho

De dia te acompanho

À noite estamos em casa.


Não invente de cortar cebolas

Com os olhos bem abertos e em cima

Não invente. A invenção do amor

Está projetada e consolidada

No jardim das helicônias

E das bromélias atlânticas.


O nascer das roseiras

Mostra o quanto é possível

Perpetuar uma espécie

Que agora nasce

Que agora cresce

Com os olhinhos

E as folhinhas vivas

Cheias de Amor.


(Cristiano Jerônimo – 05072021)

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...