sábado, 10 de abril de 2021

Idos da estátua de sal

 


Mulheres caíam

Do céu e do inferno

Homens resolviam

Problemas de terno.

 

Um homem é sua atitude!

Com bigode ou sem bigode

A mulher que tanto pode

Mostra todas as virtudes.

 

Sem jogar na mão da sorte

Sem ter medo desta morte

Nem tudo o que há na vida

Carimbei o meu passaporte.

 

Era um tempo em que tudo

Pedia para a gente andar...

Muitas pessoas ficaram

Deitadas, largadas no chão.

 

Homens e boates, mulheres

Lugares, as transas casuais

Mais sorte que um mendigo

Pagando para nada mais.

 

Notícia produzia impressos

Muito dinheiro e cortesias

Nunca houve imparcialidade

Só, à meia boca, hipocrisia.

 

Os classificados como gente

Guardam tudo em caixinhas

Nossos sentimentos e medos

Voltar ao lugar de onde vinha.

 

Coisas mexem vindas do sempre

Hoje, elas não tocam nada mais

Primeiro foi o tempo que alertou

Que avisou que teríamos a paz.


Por aqui...


Ouça agora


Essa história

De uma mulher que se deu mal.

Só porque olhou pra trás,

Virou uma estátua de sal.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 10042021)

sexta-feira, 9 de abril de 2021

Mudança de rota

Uma vida inteira,

às vezes, de bobeira.

Ligados no futuro

vivendo o presente

na falsa liberdade

que só enganava

quem não acreditava

no amanhã.

 

Muita gente se enganou

no meio do caminho;

coletou tantos espinhos

e a rosa desandou

mudou o destino

foi para outro lugar.

 

O tempo... Resoluto,

teve a capacidade

telepática de unir

pensamento

e afabilidade

nos mesmos

lugares

nos mesmos

corpos...

 

O que ruiu

Não desabou

Havia os tijolos

Para reerguer

Cada parede.

 

Há cada um

Com sua vida

Suas feridas

As cicatrizes

E o amanhecer

de um dia seguido;

Uma vida ampla

Num universo

Tão infinito...

Bonito...

 

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 09042021)

 


segunda-feira, 5 de abril de 2021

A fé de sobreviver (Pandemia IV)


Passou o Carnaval

Do ano passado

E eu nem me dei conta

Feriados de trabalho

Produção diária

Trancados, isolados

Sociais

Unidos pelo viés virtual.

 

Houve o réveillon

Lembrando o Natal

Melancólico inquieto

Carnaval não deu certo

Vícios se multiplicaram

Até as plantas falaram

Alguns sucumbiram

Outros se reinventaram.

 

Sete de setembro

Outra onda de uma série

Parco Dia das Crianças

Suspensão das danças

Das crenças coletivas

e sinceras;

A igreja está em nós.

 

Veio a Semana Santa

As famílias afastadas

E juntas virtualmente

Revelando as pessoas

De vidas devastadas

Famílias destroçadas

pela dor da perda.

 

Agora, o real sentido

Emerge tão latente

Põe a gente na gente

Bem frente a frente

Que se olha aturdido

Na fé de sobreviver

e lembrar

de que não foi

a terceira guerra

mundial

que mudou

o mundo.

 

  

(Cristiano Jerônimo – 05042021)

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...