domingo, 5 de junho de 2022

Oxalá!



A solidão dos poetas no metaverso

É infinitamente maior do que aqui

Embora a capilaridade tenha nexo

E eu possa estar aqui com você aí,

Bem longe dos carnavais de saudade

Recitar um soneto azul como Carlos.

 

O metaverso não comporta a poesia

Declamada, desafiadora e popular.

Brinquedos de literatura de cordel

Rodas de cantos para cirandarmos

Tribos de índios policrômicos vão

A paleta de cores do maracatu rural.

 

A batida rítmica do baque virando

Um samba de coco de roda girando

Uma avenida de barro no canavial

Um desfile sagrado de evoluções

As lanças furando o mal da cidade

Afoxés sagrados e as religiosidades.

 

Tambores que silenciam aos orixás

Pátio de São Pedro, Pátio do Terço

Largo de Santa Cruz e Imbiribeira

Bloco em Casa forte, na Tamarineira

Olinda junta tudo isso com bonecos

A imaginação sem limites e gigante.

 

Troças, blocos, clubes e mamulengos

Flabelos, estandartes e o saudosismo

O samba é de enredo, canção e coco

Pode pegar para ver se é mesmo oco

No éter do carnaval ninguém reclama

Todo mundo pensa no maravilhoso

Solto para virar os três dias de momo.

Oxalá!

 

 

(Cristiano Jerônimo – 05062022)




Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...