sexta-feira, 27 de abril de 2018

Mas eu te amei



Seu vestido voou
Na ladeira do MAC
Você nem notou...
Eis em mim um baque
Um suspiro de um ataque
Mas você nem me olhou.

Olhando nos olhos vejo
Cego quando é audição
Colando nos lábios beijo
Seu vestido de algodão.
Na Ribeira, ela sumiu...
Foi à Rua de São Bento
Em outros braços, afinal,
Estamos em pleno o Carnaval.

Mas seu vestido voou
Na ladeira do MAC
E você nem notou...
Eis em mim um baque,
Um suspiro de um ataque
Mas você nem me olhou.
Virado, solto e rural.
Caboclinhos estrelares
O universo pelos ares
Afinal, é Carnaval.

De máscaras eu vejo
Tudo que eu não desejo
Mas ninguém pode me ver.
Você pisou no vestido
E eu segurei você
Eu estava sempre atento
Esperando te ter
Demorou, mas eu te amei
Demorou...
Mas eu te amei.

quarta-feira, 25 de abril de 2018

A fossa e a cacimba



quanto mais ela cavava em direção à fossa,
mais se aproximava da merda social.
e a negação desta premissa
é uma proposição lógica, válida.
aquela cara pálida era o medo
e caída, já enferma,
não viu ninguém para olhar
e ninguém havia por ela.
na ala dos indigentes
não somos gente...
e ela sorriu e se foi
cavou mais
e achou uma cacimba
que jorrava jatos d´água
e a tudo em volta limpava.
ela aprendeu a escolher,
cavar fossas ou cacimbas de beber.
matar uma galinha pra comer.



Cristiano J.Valeriano

À procura do firmamento

Disseram-lhes Que eram sérios Com juramentos Plateia em silêncio Fizeram-se de justos.   O mundo está mesmo em silêncio Mas ...