sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Longe do Presépio, Perto da vitrine. Todos estão a procurar...



Pensar fez dele um alvo fácil

Para arapongas retráteis

Para o que é tão inefável

Como os amores portáteis.

 

Cintilam na beira da praia

Nas areias de Itamaracá

Seu desejo mais profundo

Saber dos mistérios do mar.

 

Pensar fez dele a sua razão

Farto território de oposição

Sob o comando do não acaso

Que gere sutilmente a emoção.

 

Acessar o passado é “pecado”

Quando não tem nada ao lado

De todos os tijolos colocados

Muitos ruíram outros subiram.

 

Não é só tosca essa ilusão

De propaganda vender o Natal

Com a imagem de Papai Noel

Escondendo o nascimento de Jesus.

 

O Menino estaria perdendo espaço

No Natal que não alcança o sentido

De que uma grande cerimônia

Deveria ser o ritual destes dias.

 

Ele só queria ser o burrinho

Ao lado do berço do Menino

Queria até mesmo ser o sino

Que tocou lá em Belém...

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 23.12.2022)

 

  

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