quarta-feira, 31 de março de 2021

São o que são



Este é um momento de morte

Não brinca com azar nem sorte

Este é um instante de muito medo

A nitidez das coisas revela segredos

O feio e o belo em seus devaneios

A vida começando a ter os freios

Involuntariamente, tempos feios...

Embora as abelhas continuem doces

E o tempo conserve todos os sabores

Sobreviver a este caos microscópico

Mantando aquele sonho tão utópico

Sangue quente correndo pelas veias

O sol continua cumprindo protocolo

A lua vê amantes deitados nos colos

E o verdadeiro amor é o objetivo

Neste nosso universo relativo

As coisas nada mais são

do que, objetivamente, o que são.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 31032021 – Recife – PE)


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