terça-feira, 6 de junho de 2023

Esperança e fé



São 16 horas e eu preciso me aprontar

Os faróis indicam quando é para parar

Na hora do rush, meu carro não anda

O trânsito travado não faz a bola girar

Não faz bem tanta emissão de carbono

As potências declararam o abandono

Os responsáveis pelo buraco no oxônio

Talvez o que salve sejam nossos sonhos

A prática de quem bota a mão na massa

A ginga de quem sabe a manha de viver.

 

É de manhã na Colônia dos Pescadores

Redes e anzóis sem os puros pudores

O farol indica que o porto se aproxima

Ou que o atracadouro está ficando longe

E as luzes desaparecem cada vez mais

Aos piratas só podemos pedir nossa paz

Tem cédulas a mais para nutrir os fiscais

Tem troncos flutuando para ir embora

Transformando de vez os seus destinos

Cobrando que chegues sempre na hora.

 

Foi à noite, no novenário de Julinho

Que provei da maçã na festa profana

Voei como voa e plaina o passarinho

Sem lembrar da impostora da tirana

Que esperava apenas o momentinho

Os pássaros foram para outro lugar

Todos os anos migram pelos oceanos

Voam sabendo dos próprios planos

Na terra, no ar ou no mar, temperança

Fazer a esperança se transformar em fé.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 06062023)

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