segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Choque de carnavais

 


                                                                 

Relógios parados também andam

Os tempos incertos dos que amam

O inexorável tempo de desamarrar

De subir para ver coisas lá de cima

Mais andares e alimentos, dinheiro

Falso alívio da libertação das coisas

Do rico que era pobre e permaneceu

Também do negro que vivia branco

Do opressor que fora tão oprimido

Da culpa e cumplicidades permitidas

O intrigante complexo de colonizados

O globo com um povo tão generalizado

Igrejas sórdidas vilipendiam dinheiro

Ao iludir os pobres, os ricos e burgueses

Alastram-se nas esquinas do retrocesso

Há de se precisar, em todo o processo,

Neste choque, conversam noutro lugar

Um terceiro espaço-tempo tal o híbrido

Procurando o seu melhor em si amigo

Escrevendo no chat da tela da terapia

Explorando uma sensação que é vazia

Pelo relógio, cada segundo conta um dia

Os robôs e as máquinas cantam e dançam

Não há pecados em cima nem em baixo

Apenas o som grave da nossa monotonia

E os festejos anuais que trazem a alegria.

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 29112021 – Taubaté/SP)

 

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