domingo, 30 de julho de 2017

Caldeirão Mitológico 1

A metamorfose de Narciso. Salvador Dalí, 1937.
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Quando Íris brotou do pensamento
Animou o instinto Cupido do Deus Eros.
Na somada exata de todos os zeros
Que compõem a certeza do infinito,
Faetonte morreu pelos seus gritos.
A insolência de Midas com o Deus Baco,
E a sua ganância que não tinha nem retrato;
Tudo o que tocava, imediatamente ouro virava
Mas não tinha o tesouro. Não pegava num pão
Que não virasse o metal precioso da sua maldição.

A bela e jovem ninfa, Eco, sempre falava demais.
Diana, deusa da caça e da lua, era a sua protetora.
Hera, esposa de Zeus, flagrou Eco como sua traidora.
E, descoberta, foi condenada a apenas responder...
Eis que Narciso entra na vida da Eco como um lindo;
Um homem tão belo que exalava a beleza de um índio.
Mas não podia conquistá-lo sem poder dar uma palavra.
Somente a última em casos de, por alguém, ser indagada.
Narciso a viu e fugiu. Ela virou pedra na solidão da caverna,
Mas amaldiçoou o jovem para nunca amar e nem ser amado,
Condenado a se admirar com algo que está lá do outro lado.




(Cristiano Jerônimo – 30.07.2017)

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