sexta-feira, 22 de março de 2024

Que a vida faça jus



O mestre canta para cantar

Sua honra e sua história

Seus deslizes e suas glórias

Rio corre é rio o mar............

 

Feito no tempo de criança

Meninos correndo, lampejos

Se tu tolhes os teus desejos,

É porque perdes a esperança.

 

A linha acima do olhar

O café esfriando na mesa

Uma vida inteira em esboço

Com mais sutileza e pouco tento

No brilhar da água da cacimba

No desenho do raio no céu

Do relâmpago e do trovão

Na aridez desta seca

Nas terras do nosso sertão.

 

Feito o tempo de adulto

Como a vida é sendo só

Quando a alma dá um nó

E já não há mais indultos.

 

A roda gira para cirandar

O tralhar das caixas

Canta som na beira do mar

As pedras se encaixam.

 

Chuva! Lavando a alma

Uma planta brotando

Duas flores no cabelo

Com um olhar brejeiro

Metropolitano, um blues

Citadino, cidadão de tudo

Saber até escutar o mudo

Para que a vida faça jus.

 

 (Cristiano Jerônimo – 22/03/2024)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Algum paradoxo

Só sonha quem tem fé Só chega quando anda Olhar só da varanda Não gasta a sola do pé Ser sempre muito forte Não contar com a sor...