sábado, 6 de maio de 2023

Tudo o que é óbvio





Aquele seu vestidinho

De cambraia de linho

Acalmou o mar revolto

Esfriou o ardente fogo.

 

Já te vi suar em bicas

Mas não lembro mais

Já te vi rosto a rosto

Sobre mim muito mais.

 

Saudade do que seria

Feliz de estar bem em si

Não sendo o que queria

A tua fala faltava em ti.

 

Havia ódio, ranger de dentes

Havia muito amor, suficiente

Sem implorar e sem implodir

No mais, ficar sem ter onde ir.

 

Se joga na busca pelo outro

Presta mais um pouco de atenção

O irreal deveria ser banido

O sonho precisa ser dormido.

 

Acordado em utopias, eu te vejo

Tudo. Nada mais do que eu queria

Se tu não és somente desejo

O verbo amar conjugaria aMaria.

 

Gente junta, gente mais e mais distante

Gente que ama e infla as toxicidades

Revelando as faces mais cruéis de antes

Sem uma opinião para tudo que é óbvio.

 

  

(Cristiano Jerônimo – 05052023)

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