sexta-feira, 5 de maio de 2023

Para os apóstolos da atualidade

Imagino a cena dele pensando: isso é um bando de otários.


Falsos profetas

Ganham dinheiro

Para mandar

O curandeiro

Direto pro céu.

 

No paraíso

Entra primeiro

Quem paga a folha

Do ano inteiro.

 

Estás sem dinheiro

Não fique triste

Se não puder

Acima, Deus existe.

 

Temos água do Jordão

Unção do suor do bispo

Fazemos cura até pra cura

Usamos bem o seu dízimo.

 

Há bancada e emissoras

Para desafiar o estado laico

Suas propostas são ‘promissoras’

Não vi nenhuma além dos lábios.

 

Fui lá ouvir a palavra de Deus

E os fariseus ofereceram o céu

Fiéis abastados em um dia

Pirulitos num boleto de papel.

 

Depois de botar grana no chapéu

Ou receber cachê para dizer

Que foi curado e garantiu o céu

É preciso muita fé para se crer.

 

Donos de televisão lá no senado

Tudo para manter o seu poder

Manipular fiéis para o seu lado

“Milagrando” para ter sem ser.

 

Robô do desespero do incauto

Inocente como um velho cão

À procura de qualquer retalho

Que lhe traga a paz, céu e pão.

 

Este é o retrato do cinema mudo

Que corre nas veias dos dias maus

Procuram qualquer coisa em tudo

Recebem o ouro e oferecem o céu.

 

Indulgências modernas, antigas

Nada que não houve tudo antes

Vendem até uma surra de urtiga:

Como remédio para dor, relaxante.

Vixe!

 

 

(Cristiano Jerônimo – 05052023)

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