segunda-feira, 27 de junho de 2022

Algodão virgem


Não fui de barco

Fui de avião...

Terra, água e fogo

Voar não é em vão

Seu tênis com o meu sapato

No mais agudo da neblina

O teu sorriso de menina

Aquecendo o meu frio devagar

Depois, aquela estação de trem

Com tantos caminhos nos trilhos

Dormentes em enumeradas direções

Discretos tomamos café da manhã

Fazendo isso todos os dias da vida

Dormiremos em travesseiros de lã

Com almofadas de algodão virgem

No chão da mata fechada e úmida

Macio e cheiroso, uma real vertigem.


(Cristiano Jerônimo - 27062022)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Somos animais