sábado, 16 de março de 2019

Quando eu brincava



Lembro que andava
Por estradas e veredas
À noite a luz acesa
De dia o sol brilhava.

Era menino no mato
Era menino do mato
Era um menino de fato
Vivia no meio do grotão.

Trabalhar na enxada,
Por brincadeira,
Parecia bom demais.
Mas não se cria mais calo
Nas mãos do homem
Que toca a cada dia
um novo sino e um badalo.

Minha mãe era professora
Meu pai era puro trabalho
Meus irmãos, boas pessoas
E eu só chegava adiantado.

Meus avós eram camponeses
Tetravós pós-colonizadores
Fundadores de cidade
Onde havia só caatinga.

A vida confia a terra a quem vem
Os verdadeiros donos estão no além
Todo bioma na Páscoa tem o seu fim
Mas talvez não seja sempre assim...





(Cristiano Jerônimo – 16032019)

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