Abelha, tua doçura saboreia
A garganta do teu homem
Rainha, sou o zagão da tua aldeia
Voei muito pra chegar no front.
Aqui, hoje, até nosso silêncio dá paz
As colmeias são abelhas numa casa
Existe o ninho da Rainha e do Zangão
Um sabor de favos que a vida nos traz.
Gargalhadas e sorrisos, as conversas
A amizade de um amor feito de mel
O mel da vida para adoçar se preciso
Sentindo a polinização da nossa vida.
Lembro que da planta também sai mel
Melaço que ajuda a apascentar ovelhas
Como nós aprendizes do que sabemos
Para o fogo começar, basta só centelha.
O calor do teu suor em minhas mãos
Escorre em meus lábios como absinto
Tudo que eu sinto, suco de uva tinto
Numa fruta suculenta e compulsiva.
O jambo roxo do jardim do vizinho
A manga da senhora que não dava a ninguém
Mas a gente ia lá e pulava a subir nos pés
Assim nossa árvore é podada
Aguada e cuidada para ser
Sempre uma sombra
E um alimento
De safra.
(Cristiano Jerônimo – 14042021)
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