terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Piégas de pérolas astrais



TOMO I

[Nunca voou no esquecimento

Eu nunca, mesmo, te esqueci

Sempre houveram bons momentos

Faz tanto tempo que, até um ano atrás eu não mais te via

O que ficou na memória foi a nitidez de tudo que eu vivia].

 

[Falo por mim, que nem sei,

Não me atrevo a falar de novo

O que foi dito pelo não dito

Fiel, eu confesso que acredito

Em tudo o que é assim pacífico].

 

[Eu amo poder ajudar-nos juntos

Por horas, dias e até segundos

Se for preciso chorar, choramos

Enxugamos o rosto e avante vamos

Nunca ser o que não se quis antes

A tendência da vida é melhorar].


TOMO II

 

Prova a existência de dois mundos

Ambos presentes em nossas vidas

Com a hora de chegada e de partida

Frequência em frações de segundos

Semelhantes atraindo semelhantes

O que pensam para hoje e amanhã

Bastando um dia para retocar a maquilagem

Porque o amanhã reserva acordar de novo.

 

A busca das abelhas e colibris pelo néctar

Os animais sabem onde há sinais de água

Os animais sobrevivem sem nenhuma mágoa

Os arvoredos caem mudos ao som da serra

Motores de destruir vidas do outro lado

Num planeta que já vive contaminado

Pela podre mão de sujeitos sovinas e maus

Chega uma amiga e diz que tudo isso é normal...

 

Lóki escuta e decide mostrar a sua realidade

Reúne toda a sua frieza, calculismo e ódio

Deixa todos brancos de compostos de sódio

Com as ventanias sombrias das pedras de sal

Chega e pinta uma bandeira bem grande de cal

Burla a regra da trégua da restauração da paz

Ataca seus inimigos de forma covarde por trás;

Torna-se o homem menos confiável da terra.

 

Nas bandas de Custódia, os bodes berram

Em israel , as portas da Palestina fecham

Aqui ao meu lado, teu sussurro me acorda

Saio do sonho, entro em você e não durmo

Longe das expectativas do nosso consumo

Longe também de alguma coisa faltar...

 

E ele encerra o firmamento como um fio

Fala de vampiros, com medo e arrepios

Fala, na verdade, de amor puro sangue

De atratores de alma boas, brancas e azuis

Um divino cordeiro que se sirva na mesa

Lá fora vem o sopro do novo dia de colheita

Bater feijão seco com uma madeira de porrete

E um dos dias, melancólico, tão serrano e azul

No pé de uma montanha que guarda a mim

No alto de uma montanha na qual cresci.

 

Curandeiros e descendentes de índios

Circulavam e faziam suas poções mágicas

Baseados nos seus estudos empíricos

Os que encantavam iam para as galáxias

E deixavam aqui uma cultura oral exímia

Ensinavam a apurar, decantar e a curar

Sempre ao lado, duas plantas de força

Os portais da consciência esclarecida

O tabagismo dos índios em suas rodas

Irmãos da dita e bendita américa do sul

Implantaram a fumaça na tribo da paz

Se você quiser, não me importo, não ligo.

 

Nos terreiros, o espírito carrega

Nas igrejas, o espírito se alegra

Nos templos, procuramos Deus

Nas ruas, nas flores, nos pássaros

Tudo está, quase, em seu perfeito lugar

Exceto o que homem que decidiu se acabar.

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 21122022)

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