segunda-feira, 26 de maio de 2025

Terceira pessoa



Protetor, antes de ir para o sol

Protetor, no Cristo Redentor

Uma vida inteira sob o Protetor

Para tanto belo e tanta tralha

Numa parte do Rio falta amor

Noutra sobra e uma gata malha

Praia, pólvora e os seus biquínis

A Asa Delta da Godiva do Irajá

Morros brancos da mazela latina

O veneno que se manda para cá

A América Central para traficar

Negociar sonhos e mudar perfis

Nem todos os céus são tão anis

Com o reverso pra sair do furacão

Ser a terceira pessoa de si mesmo

Um tipo novo de amor no coração

A vitória diária do vinho e do pão

Impede que a estrada seja a esmo

E que não haja caminhos a avançar

Para construir vida fora das bolhas

E não sermos sempre os mesmos.

 

 

(Cristiano Jerônimo Valeriano – 26.05.2025)

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