
Há três fábricas juntas
Unidas na beira de um rio.
São as três oriundas
Do riscar de um fósforo,
Num pavio que o homem
Não imagina onde dá...
E acredita na vida
Acreditando em matar...
Três meninas juntas
Unidas na beira do cais
Jamais foram vistas
Lendo revistas,
Brincar carnavais...
Três casas afastadas
Tinham mais três estradas
Além de outras longe do lar,
Que era pequeno e longe das fábricas,
Próximas ao fim do medo
De se jogar no abismo que lhes era
Imposto...
...seu rosto, até hoje, não pude lembrar...
Vivo na cidade que afunda, que afunda
Ao mar.
É muito incerto habitar uma cidade
Que tem na noite o arrepio
Do escuro de um beco sombrio
Onde aquela menina orgasma trocados;
Tendo os olhos serrados;
Fitados num norte sem cor.
Ouvira falar de amor
Numa esquina da vida
Que desde a partida não custou a acabar...
Escrito em 1993 e publicado em 1999 no 2º Congresso Brasileiro de Escritores (UBE), 17 anos atrás.
Abaixo do nível do mar e acima das águas palavras com vida.O menino,o mangue,o amor, a sociedade em verdade.Parabéns.Paz,saúde e doses de encantamento para continuar o belo trabalho.O mundo precisa das letras.Delicadamente,Érika
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