terça-feira, 18 de abril de 2017

Não sobra nada

Para o crime, usam balas
Para o jogo, vivem blefes
E toda vez que a gente cala,
O baú é assaltado pelos chefes.

Para a revolta, cassetetes e gás.
Sem saber que somos todos iguais;
E, para ser bem quisto lá em cima,
Só precisa mudar o enredo da rima.

Mas são versos caticocos demais
Para serem reais e dizerem o real.
As palavras bombardeiam ao lado,
No escrito, no que é visto e falado.

A manipulação das boas notícias velhas;
As novas ainda virão. Estão guardadas.
Para o dia em que Comissão da Verdade
Resolva descobrir porque não sobra nada.




(Cristiano Jerônimo)

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